Celulares recolhidos pela PF revelam diálogo entre Aras e empresários
Os aparelhos foram apreendidos nos endereços de bolsonaristas que defenderam golpe de Estado em caso de vitória de Lula
atualizado
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A Polícia Federal (PF) identificou, nessa terça-feira (23/8), mensagens trocadas entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e empresários apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que apareceram em um grupo de WhatsApp com mensagens explícitas na defesa de um golpe de Estado caso o petista Luiz Inácio Lula da Silva vença as eleições deste ano. As informações são do site O Jota.
As mensagens estavam registradas nos celulares apreendidos durante operação da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As mensagens envolvendo os empresários foram reveladas pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Nas conversas entre Aras e empresários foram encontradas críticas ao trabalho de Moraes e declarações sobre a candidatura à reeleição de Bolsonaro, segundo O Jota. Apesar de estarem sob sigilo, os conteúdos das mensagens já estão sendo debatidos pelos ministros do STF.
Embate
Nesta terça, a PGR disse em nota que Moraes autorizou a busca e apreensão contra os empresários, mas não intimou a PGR sobre a decisão. Horas depois, o STF divulgou o comprovante de que a procuradora-geral foi comunicada previamente sobre a operação, em resposta à nota pública em que Aras reclama da medida.
De acordo com a nota divulgada pelo gabinete de Moraes, a intimação ocorreu nos termos da lei complementar que regulamenta a atuação do Ministério Público da União. Aras havia alegado um suposto descumprimento dessa norma.
“Por fim, importante ressaltar que esse procedimento de intimação é rotineiro, a pedido da própria PGR, conforme demonstram inúmeros inquéritos e petições que tramitam nesse gabinete”, diz a resposta.