Bruno Araújo sobre Leite: “Ninguém impede políticos de se movimentar”
Presidente nacional do PSDB disse que Doria é o pré-candidato, mas afirmou que sua manutenção depende de acordo com MDB e União Brasil
atualizado
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São Paulo – O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou nesta sexta-feira (1º/4) que ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) teve um comportamento “extremamente decente” na última quinta (31/3), em meio à crise instaurada pelo tucano João Doria. O tucano, que vendeu as prévias do partido, cogitou não entregar o cargo de governador e desistir da disputa ao Planalto.
Araújo disse que “numa democracia, ninguém impede políticos de se movimentar”, defendendo o direito de Leite de agir para ser candidato. “Doria é o pré-candidato do PSDB, mas ninguém vai poder coibir qualquer movimento de qualquer liderança política de qualquer partido”, disse.
Araújo destacou que o nome de Doria não é definitivo porque “faz parte de algo maior”, que é a negociação da legenda com o Cidadania, União Brasil e MDB, que vão se unir para lançar um candidato único da chamada “terceira via”.
“Todos os nomes estão postos, nós vamos ter semanas agora de negociação com Luciano Bivar [presidente do União] e Baleia Rossi [presidente do MDB]”, falou.
Araújo participou do ato de filiação do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia ao PSDB, que foi realizado na sede do partido em São Paulo. Ele estava ao lado de Doria e do presidente estadual da legenda Marco Vinholi.
Questionado sobre a carta na qual respaldou a candidatura do paulista, ele afirmou que “tem que perguntar a João Doria” se ela era realmente necessária.
“A carta deixou claro que era um momento de instabilidade interna no PSDB, para nós seguirmos à frente no projeto. Havia uma sucessão absolutamente planejada, mas se deu a entender que ela podia não acontecer. Se a carta era o instrumento da estabilidade, ela o fez e aconteceu. Em política tem algo que vale mais do que papel e carta, são os fatos e acontecimentos. Se a carta era necessária para estabelecer um momento de tranquilidade, esse momento foi superado”, destacou.
Sobre o fato de ter demorado a se posicionar de maneira mais direta em defesa de Doria, falou que “o fundamento contundente foi dado com a vitória das prévias, ele venceu as prévias”, e que o partido não precisa de “candidatos com questionamentos num momento desse, essa discussão não fortalece a candidatura”.
Mas admitiu que Doria seguirá tendo resistências internas. “Claro que há uma discordância em relação à candidatura de João Doria porque é evidente o grau de oposição interna, mas nós temos um jogo a ser jogado. Primeiro, foi jogado com as prévias, agora nessa busca junto de todos os candidatos”, acrescentou.