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Brasileiros votam em 2º turno pela 6ª vez seguida na disputa para presidente

Eleição presidencial deste ano é a nona por meio do voto direto desde a redemocratização. Lula (PT) e Bolsonaro (PL) disputam segundo turno

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Eleicoes 2022 _ Votacao _ primeiro turno
1 de 1 Eleicoes 2022 _ Votacao _ primeiro turno - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os brasileiros irão às urnas, neste domingo (30/10), para eleger o chefe do Executivo federal pelos próximos quatro anos. A disputa será entre o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esta é a sexta eleição presidencial consecutiva em que a disputa vai para o segundo turno. 

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A previsão era que mais de 156 milhões de brasileiros votassem para escolher presidente, além de governadores de 12 estados
As eleições do segundo turno no país começaram sem registros de ocorrências graves
E com poucas filas, diferentemente das votações do 1º turno, quando houve registro de 3h de espera
As votações começaram às 8h deste domingo (30/10) e seguirão até as 17h
Eleitores poderão votar nas mais de 496 mil seções eleitorais espalhadas em todo o território nacional e no exterior
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Os brasileiros foram às urnas neste domingo (30/10) para o segundo turno das eleições presidenciais

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A previsão era que mais de 156 milhões de brasileiros votassem para escolher presidente, além de governadores de 12 estados

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As eleições do segundo turno no país começaram sem registros de ocorrências graves

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E com poucas filas, diferentemente das votações do 1º turno, quando houve registro de 3h de espera

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As votações começaram às 8h deste domingo (30/10) e seguirão até as 17h

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Eleitores poderão votar nas mais de 496 mil seções eleitorais espalhadas em todo o território nacional e no exterior

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De acordo com dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula teve 57.259.504 de votos (o que corresponde a 48,43% dos votos válidos) no primeiro turno do pleito, e Bolsonaro, 51.072.345 de votos (43,20%). 

Esta é a nona eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980. O vencedor deste ano governará o Brasil de 1º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2026.

Desde a redemocratização, houve segundo turno nas eleições para presidente e vice-presidente da República em 1989, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. Já nas eleições de 1994 e 1998, o pleito foi decidido no primeiro turno.

O pleito mais recente definido em primeiro turno ocorreu em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso foi reeleito com cerca de 53% dos votos válidos e derrotou Lula, que teve 32% dos votos. A partir daí, todas as eleições presidenciais foram definidas apenas no segundo turno.

Eleições definidas em segundo turno desde 2002

  • 2002

Há exatos 20 anos, Lula (PT) concorria à Presidência da República contra José Serra (PSDB). Na ocasião, a definição de quem iria comandar o país também precisou ir para o segundo turno.

Na primeira fase das eleições, o petista conquistou o voto de 39,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 46,44% dos votos válidos. Já o tucano acumulou 19,7 milhões de votos válidos (23,19%).

Semanas depois, no segundo turno, Lula foi eleito com 52,7 milhões de votos (61,27%), contra 33,3 milhões de Serra (38,73%).

  • 2006

Em 2006, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou o seu agora vice, Geraldo Alckmin – que, à época, era do PSDB. No primeiro turno, os candidatos receberam 46.662.365 (48,61%) e 39.968.369 votos válidos (41,64%), respectivamente.

A disputa, então, avançou para o segundo turno, que teve um dos resultados mais expressivos desde a redemocratização. Lula acabou reeleito presidente da República com mais de 58 milhões de votos, o que representou 60,83% dos votos válidos. Alckmin somou 37 milhões de votos (39,17%).

  • 2010

Em 2010, então com 62 anos, Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Ela venceu José Serra, do PSDB, no segundo turno, ao acumular 56,05% dos votos válidos (55.752.092 votos). O tucano atingiu percentual de 43,95% dos votos válidos (43.710.422).

Antes, no primeiro turno, os percentuais foram de 46,91% dos votos válidos para a petista (47.651.434 votos) e de 32,61% para Serra, o equivalente a 33.132.283 votos.

  • 2014

Há oito anos, em 2014, Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB), na corrida pelo Palácio do Planalto, em segundo turno. Nas urnas, a petista obteve 41,6% dos votos válidos, e o tucano somou 33,5%, resultado que levou a disputa para o segundo turno.

Já no segundo turno, com 54.501.118 votos (51,64%), Dilma conseguiu a reeleição. Aécio, por sua vez, ficou com 51.041.155 votos (48,36%). 

Dois anos depois, em 2016, Dilma sofreu impeachment e foi afastada do cargo sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais”. Na ocasião, o seu vice, Michel Temer (MDB), assumiu o comando da Presidência até Bolsonaro sucedê-lo, em janeiro de 2019.

  • 2018

Em 2018, primeira vez que Bolsonaro concorreu à Presidência da República, o pleito foi disputado com Fernando Haddad (PT). No primeiro turno, o agora presidente, então no PSL, teve 49.276.990 de votos (46,03% dos válidos), e o petista somou 31.342.005 (29,28%).

Quando a disputa avançou para o segundo turno, Bolsonaro venceu a eleição para presidente com 57,7 milhões de votos (55,13%). Haddad, por sua vez, acumulou 47 milhões de votos. Ao se tornar o 38º presidente da República, Jair Messias Bolsonaro interrompeu um ciclo de vitórias do PT, perpetuado desde 2002.

Quando há necessidade de 2º turno?

Segundo a Constituição brasileira, o que define a possibilidade de realização de segundo turno é a adoção do critério da maioria absoluta de votos, característico do chamado sistema eleitoral majoritário de dois turnos.

Por esse critério da maioria absoluta, para vencer a eleição, não basta que um candidato tenha mais votos que seus adversários. Ele precisa acumular mais da metade dos votos válidos, ou seja, excluídos os votos em branco e os nulos, para ser eleito, em primeiro ou em segundo turno. 

Uma vez obtida maioria absoluta dos votos válidos já em primeiro turno, o candidato é eleito, e a realização de um segundo turno não se faz necessária. Em caso de o pleito não ser concluído nesta primeira etapa, vão para o segundo turno apenas os dois candidatos mais votados no primeiro turno.

Poder de compra x conservadorismo

Professor de ciências políticas do Ibmec Brasília, Rodolfo Tamanaha pondera que a força do Partido dos Trabalhadores nos pleitos se deve ao olhar atencioso aos mais pobres. Concomitantemente, a figura do presidente Bolsonaro representa a defesa dos valores conservadores, o que também é defendido pela população brasileira.

“Tradicionalmente, a gente tem essa participação do PT nas eleições, por conta daquela questão do poder de consumo, considerando a realidade social brasileira. Bolsonaro representa uma outra vertente, que foi baseada na pauta de costumes e que também revelou uma adesão expressiva da população, com relação à pauta mais conservadora”, diz Tamanaha.

“A grande presença do PT nos pleitos, desde 2002, mostra exatamente essa percepção de que boa parte da base populacional avalia realmente que aquele candidato que tem mais condições de fornecer uma perspectiva. Ou seja, eles não estão muito preocupados com dívida externa, ou com questões macroeconômicas e complexas, mas com questões como um Bolsa Família, por exemplo”, pontua.

Em relação às pautas de costumes, o professor opina que o tema ainda deve ser alvo de estudos, já que, apesar de ser intitulado como um país conservador, o Brasil, assim como os Estados Unidos, busca, na intimidade, outras práticas.

“Só que, nos Estados Unidos, você tem a maior indústria pornográfica do mundo. Então, é um conservador ‘pero no mucho‘. Talvez um conservador da boca para fora, mas, na intimidade, naquilo que consome, não é tão conservador assim”, enfatiza.

“A leitura com relação ao surgimento do Bolsonaro em 2018 mostra essa outra vertente de costumes – que de fato se mostrou realmente muito presente, como uma conclusão de um processo que começou lá em 2013, com os movimentos de rua e todas aquelas manifestações pelo combate à corrupção –, mas que agora se coloca de maneira bem desafiadora”, salienta o especialista.

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