Brasileiros vão às urnas neste domingo, na 9ª eleição presidencial desde a redemocratização
Mais de 156 milhões de brasileiros estão convidados para a Festa da Democracia, que acontece das 8h às 17h em 496.512 seções eleitorais
atualizado
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Os brasileiros vão às urnas neste domingo (2/10) na nona eleição para presidente desde a redemocratização. Além da disputa pelo cargo de chefe da República, estão em jogo os comandos dos governos estaduais e distrital, e as vagas para senadores, deputados estaduais (distritais, no caso do DF) e federais.
Os 156,4 milhões de eleitores aptos poderão votar entre 8h e 17h. Neste ano, todos os estados seguirão o horário de Brasília, o que vai impactar o planejamento de moradores do Acre e do Amazonas, que estão em fusos horários diferentes.
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Para votar, é necessário que o eleitor apresente um documento oficial com foto, mesmo que vencido. Pode ser Carteira de Identidade, de Motorista, de Reservista, de Trabalho, carteira de categoria profissional reconhecida por lei, como a da OAB, e passaporte.
Também será aceito o aplicativo e-Título, no qual consta uma foto do cidadão. Essa é uma opção válida para quem baixou o app até ontem, sábado (1º/10), pois o prazo acabou neste domingo. Apresentar apenas o Título de Eleitor não é suficiente, porque o documento não contém foto. Ele serve, porém, para informar ao cidadão os dados de sua seção eleitoral.
Quem não estiver com o documento pode entrar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fazer uma consulta por nome, data de nascimento e nome da mãe para saber sua zona e seção eleitoral.
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Disputa pela Presidência
A eleição deste ano para o Palácio do Planalto é a nona por voto direto pós-redemocratização, em 1985. Há 11 candidatos na disputa pelo comando do país. O pleito, no entanto, é marcado pela polarização entre o atual presidente e postulante à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente e líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
As pesquisas mais recentes de intenção de voto mostram os dois candidatos concentrando a preferência de mais de 70% dos eleitores.
O Datafolha mostra Lula com 50% dos votos válidos (excluídos os nulos e em branco, e os eleitores indecisos), contra 36% de Bolsonaro. O resultado deixa em aberto a possibilidade de vitória do petista em primeiro turno – algo que não ocorre na disputa presidencial desde 1998, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu o próprio Lula.
Caso a eleição para o Planalto vá ao segundo turno, será a sexta vez consecutiva que isso acontecerá.
Histórico eleitoral
A posse de Dilma Rousseff (PT) em 2014 marcou um recorde democrático histórico no Brasil. Isso porque foi a primeira vez em que foram realizadas sete eleições diretas consecutivas com a posse do vencedor. Em 1918, Rodrigues Alves seria o sétimo a vencer uma disputa direta e a assumir o comando do país em sete eleições presidenciais, mas contraiu gripe espanhola e morreu antes de virar presidente.
Em 1989, na primeira eleição direta pós-redemocratização, os brasileiros votaram apenas para presidente. A escolha de governadores estaduais, deputados e senadores foi possível apenas no ano seguinte (1990). Só em 1994 o pleito para escolher o titular do Palácio do Planalto passou a coincidir com as eleições para o Legislativo e os Executivos estaduais.
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No caso do presidente e dos governadores, só é eleito em primeiro turno o candidato que receber mais da metade dos votos válidos (excluídos os nulos e em branco). Caso isso não aconteça, será realizado um segundo turno, em 30 de outubro, entre os dois mais bem votados na primeira rodada deste domingo.
Do papel para a urna eletrônica
Até 1994, os brasileiros votavam apenas em cédulas de papel, distribuídas em urnas de lona; posteriormente, os votos eram contados um a um. Nesse processo, o resultado final levava dias para ser computado. As urnas eletrônicas foram desenvolvidas no ano seguinte e começaram a ser usadas na eleição municipal de 1996.
Naquele pleito, um terço dos eleitores votaram de maneira eletrônica (32 milhões de pessoas). Nas eleições seguintes, essa porcentagem chegou a 100% e até hoje votamos no mesmo formato, apesar de as urnas passarem por atualizações tecnológicas periódicas.
Até a eleição de 2018, quando o então candidato Jair Bolsonaro começou a pregar contra a segurança das urnas, o país não havia enfrentado grandes questionamentos sobre a tecnologia e nunca houve qualquer fraude comprovada no sistema eletrônico – ao contrário do que ocorria com o voto em cédula.
Por causa da pressão do presidente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ampliou, neste ano, os processos de testes das urnas: convidou mais entidades e especialistas para o trâmite, e criou uma Comissão de Transparência, que incluiu as Forças Armadas.