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Bolsonaro sobre escolha do vice: “Não podemos queimar a largada”

Presidente disse tem “leque bastante grade” de nomes que estão no seu radar, mas que, por enquanto, não pretende anunciar escolha

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Bolsonaro, Mourão, Onyx e 200 dias
1 de 1 Bolsonaro, Mourão, Onyx e 200 dias - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (19/1) que não se pode “queimar a largada” para anunciar quem será o seu vice na chapa da reeleição no pleito deste ano.

“Logicamente que temos um vice da razão, e do coração também, que vamos anunciar na hora certa. Anunciando agora é só complicação e confusão e aqueles que, porventura, acham que pode ser ele, graças a Deus temos um leque bastante grande em ser vice, não podemos queimar a largada”, declarou durante entrevista à Jovem Pan News.

Em diversas ocasiões, o presidente disse não querer repetir a chapa presidencial de 2018, com o atual vice, Hamilton Mourão.

Apesar disso, em dezembro, durante recesso de fim de ano, no Guarujá, litoral paulista, Bolsonaro disse que Mourão pode ser o escolhido para compor, novamente, a chapa presidencial durante as eleições.

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Em três anos de governo, general do Exército e capitão reformado têm tido posições diferentes, o que não agrada o presidente Bolsonaro
Mourão foi a terceira opção para ser companheiro de chapa do ex-capitão. Inicialmente, Bolsonaro pensava em Janaína Paschoal e no “príncipe” Luiz Philippe de Orleans Bragança
A chapa foi eleita em 2018, mas a harmonia acabou rapidamente. A crise entre Bolsonaro e Mourão se arrasta desde o fim de janeiro de 2019, e o presidente já disse que não quer o atual vice em uma eventual disputa pela reeleição
Desde o início do mandato, o presidente diminuiu o número de agendas com o seu vice em 85%. No primeiro ano do governo, foram registradas 35 reuniões entre os dois; em 2021, Bolsonaro e Mourão se encontraram em apenas cinco oportunidades
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Em três anos de governo, general do Exército e capitão reformado têm tido posições diferentes, o que não agrada o presidente Bolsonaro

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Mourão foi a terceira opção para ser companheiro de chapa do ex-capitão. Inicialmente, Bolsonaro pensava em Janaína Paschoal e no “príncipe” Luiz Philippe de Orleans Bragança

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A chapa foi eleita em 2018, mas a harmonia acabou rapidamente. A crise entre Bolsonaro e Mourão se arrasta desde o fim de janeiro de 2019, e o presidente já disse que não quer o atual vice em uma eventual disputa pela reeleição

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Desde o início do mandato, o presidente diminuiu o número de agendas com o seu vice em 85%. No primeiro ano do governo, foram registradas 35 reuniões entre os dois; em 2021, Bolsonaro e Mourão se encontraram em apenas cinco oportunidades

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Mourão ainda espera por “conversa” com Bolsonaro

Na segunda (17/1), o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que está esperando que o presidente o chame para conversar sobre o futuro das eleições.

Questionado sobre o assunto ao chegar ao gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto, Mourão disse que ainda não há definições para o assunto, mas que aguarda a conversa com o chefe do Executivo para deliberar sobre o que chamou de “manobra”.

“Estou aguardando [o presidente me chamar para conversar]. Vamos aguardar a conversa com o presidente. Quando ele me chamar para conversar a respeito desse assunto, aí a gente define essa manobra”, declarou o vice.

Ele ainda foi perguntado sobre a possibilidade de o presidente escolher o atual ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para compor a chapa presidencial, e disse que o militar “é um excelente nome”.

“Qualquer pessoa que o presidente escolher, obviamente, estará dentro daquilo que ele considera importante para a campanha que vai ser realizada e será uma boa escolha”, prosseguiu.

Bolsonaro e Mourão

O presidente Jair Bolsonaro e o atual vice-presidente têm se afastado ao longo do governo. Em junho, Mourão chegou a dizer que “sente falta” de se reunir com o mandatário do país.

Em três anos de governo, o general e o capitão reformado do Exército têm tido várias posições diferentes — o que, segundo interlocutores, não tem agradado o chefe do Executivo.

Em abril do ano passado, quando Bolsonaro já dava os primeiros recados de que não iria dar continuidade à chapa em 2022, Hamilton Mourão disse que o chefe do Executivo deveria escolher outro nome, mas que Bolsonaro ainda não o havia procurado para tratar do assunto.

“Bolsonaro vai escolher outra pessoa para acompanhá-lo para a reeleição. O que tenho visto [nas] declarações de Bolsonaro é que ele precisaria de outra pessoa no meu lugar, mas ele nunca disse isso para mim”, disse à época.

Em uma das mais recentes declarações sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que o novo vice não pode “atrapalhar”. Em outra oportunidade, o chefe do Executivo federal disse que “vice bom é aquele que não aparece”.

“A gente não está pensando em ter uma chapa para ganhar a eleição e depois não poder governar. Isso é horrível, isso é péssimo. Ter um vice que te atrapalhe. Isso é horrível”, afirmou o presidente no início do mês.

Agendas entre os dois diminuíram 85%

De acordo com um levantamento feito pelo Metrópoles, o descontentamento com o atual vice ficou evidente não apenas nas declarações do chefe do Executivo federal, mas também na agenda pública do presidente.

Os encontros entre Bolsonaro e Mourão diminuíram 85% desde o início do mandato, em 2019. Naquele ano, o presidente e o vice tiveram o maior número de reuniões durante o governo: foram oito agendas privadas e outras 27 conjuntas, com a presença de diferentes autoridades.

Em 2020, ano em que o presidente da República mais criticou seu vice e fez declarações no sentido contrário às de Mourão, houve registro de três agendas particulares entre os dois — número menor do que a metade dos encontros registrados no ano anterior. Mourão participou de outras 18 agendas conjuntas, como reuniões ministeriais convocadas por Bolsonaro.

A quantidade de reuniões entre Bolsonaro e Mourão em 2021 foi menor ainda: os dois se encontraram em apenas cinco oportunidades, sendo duas agendas privadas e três conjuntas. Neste ano, Jair Bolsonaro também deixou evidente que deve escolher outro nome para disputar uma eventual reeleição à Presidência em 2022.

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