Bolsonaro segue sem comentar resultado da eleição após 40 horas
Presidente Bolsonaro não possui compromissos oficiais nesta terça-feira (1º/11) e iniciou o dia no Palácio da Alvorada, onde recebeu aliados
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em silêncio após mais de 36 horas de declarada a vitória do adversário nas eleições 2022. Bolsonaro não possui compromissos oficiais nesta terça-feira (1º/11) e iniciou o dia na residência oficial, o Palácio da Alvorada, onde ao longo da manhã recebeu a visita de um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e outros aliados. Não há apoiadores no local.
Além de Flávio, foram ao Alvorada nesta terça o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior; e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira. Braga Netto, vice de Bolsonaro, também esteve no palácio, assim como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sigla do chefe do Executivo.
Coordenador da campanha do pai, Flávio reconheceu, na segunda-feira (31/10), a vitória de Lula, agradeceu os votos recebidos pelo pai e pediu aos apoiadores que “ergam a cabeça”. Foi a primeira manifestação de um integrante da família Bolsonaro após o resultado das urnas.
Pouco antes das 20h de domingo (30/10), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava matematicamente eleito, derrotando Bolsonaro.
Aliados de Bolsonaro
Aliados próximos a Bolsonaro tentam convencê-lo a reconhecer a vitória do petista o mais rapidamente possível e evitar o clima de acirramento político no país.
Em sinalização ao presidente, caminhoneiros bolsonaristas passaram a fechar rodovias brasileiras em protesto à vitória de Lula. Ao menos 19 estados e o Distrito Federal tiveram registros de bloqueios. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 236 ocorrências até o início da noite desta segunda.
A paralisação ainda carrega incertezas sobre a dimensão e o tempo de duração dos protestos. Setores de logística, como empresas de frete rodoviário e de distribuição de combustíveis, e do agronegócio são vistos como os mais suscetíveis a sofrerem com os impactos das manifestações.
Segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, a estratégia de Bolsonaro de se calar pode acabar sendo um sinal verde para inflamar a militância bolsonarista e causar uma espécie de “convulsão social”.