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Bolsonaro se reaproxima de antigos aliados em campanha pela reeleição

Núcleo de campanha, coordenado por Flávio Bolsonaro, avalia que reaproximação estratégica pode ter grande influência no resultado do pleito

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Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A menos de 100 dias das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu um novo passo na campanha pela reeleição ao Palácio do Planalto. Orientado pelo núcleo de campanha – coordenado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) –, o atual mandatário da República retomou o contato com antigos aliados. A avaliação do grupo é que a reaproximação estratégica pode ter grande influência no resultado do pleito de outubro deste ano. 

Um dos nomes com que Bolsonaro se reaproximou foi o de Fabio Wajngarten, que retornou ao ciclo mais próximo do presidente mais de um ano após deixar o governo. Segundo relatos, ele passou a atuar na relação do presidente com os meios de comunicação, a exemplo do que fez na campanha de 2018.

Wajngarten deixou o ministério em março do ano passado. O Palácio do Planalto ainda discute se o ex-secretário retornará como assessor da Presidência ou da campanha. O caminho mais provável é que Wajngarten volte como assessor palaciano, o que facilitaria o acesso direto dele a Bolsonaro, sobretudo nas viagens presidenciais.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

Instagram/Reprodução
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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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Comunicação dividida

Além do ex-secretário, outros três nomes também ficam responsáveis pela comunicação da campanha: Duda Lima, Sérgio Lima e Carlos Bolsonaro. A quantidade de “palpiteiros” provocou uma falta de sintonia na campanha (entenda mais abaixo).

Duda Lima é marqueteiro e, há 20 anos, presta serviço ao PL, partido de Bolsonaro. Ele foi convocado para a campanha de reeleição no ano passado pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto. O marqueteiro é responsável pelas inserções partidárias veiculadas em meios de comunicação, como rádio e televisão.

Já Sérgio Lima é um antigo aliado de Bolsonaro e foi um dos responsáveis por tentar tirar do papel a criação do partido Aliança pelo Brasil – legenda idealizada por Bolsonaro, mas que acabou não vingando por falta de assinaturas. Ele já trabalhou na campanha do deputado General Peternelli (União-SP). 

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) manifesta-se contra o trabalho de Duda e Sérgio Lima. O filho do presidente, que comanda as redes sociais do pai desde 2018, defende que Bolsonaro não use as ferramentas tradicionais de campanha, como tempo de rádio e televisão, e recursos partidários. Por várias vezes, Jair Bolsonaro já disse que sua vitória nas eleições passadas ocorreu graças ao filho.

Outros nomes

O empresário José Trabulo Júnior foi escalado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) – que integra o núcleo de campanha do presidente –, para coordenar a parte operacional e de infraestrutura no comitê de Bolsonaro. Ele já coordenou as campanhas de ministro e é conhecido nos bastidores da política do Piauí como “puxa-saco profissional” de Nogueira.

A área jurídica da campanha de reeleição de Bolsonaro fica a cargo de Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e da advogada Caroline Maria Lacerda. É a dupla que define o timing de certas medidas eleitoreiras para evitar questionamentos da Justiça Eleitoral.

O ex-ministro Walter Braga Netto, cotado para ser vice na chapa de Bolsonaro, tem tido sua imagem usada para deixar o presidente próximo da ala militar. Na campanha, ele também é responsável pela elaboração do plano de governo. 

O general, no entanto, perdeu força no entorno bolsonarista do presidente nas últimas semanas. O nome da ex-ministra Tereza Cristina voltou a ser ventilado para o posto de vice. Como o próprio Bolsonaro já disse em diversas ocasiões, o nome do seu aliado (ou aliada) de chapa será definido no prazo-limite, que se encerra em 15 de agosto, conforme determina a legislação eleitoral.

Falta de sintonia

Atualmente, há ao menos quatro grupos trabalhando para que Bolsonaro siga na Presidência da República: o bunker digital do Planalto; o núcleo de campanha e marqueteiros partidários; a Secretaria de Comunicação da Presidência; e os responsáveis pelas redes sociais de Bolsonaro.

Todas essas frentes, porém, não estão unificadas, e brigam por destaque. Somado a isso, o presidente Jair Bolsonaro ainda faz declarações consideradas por aliados como “problemáticas”, pois podem afastar eleitores mais moderados, que teriam o potencial de fazê-lo vencer o pleito de outubro.

Interlocutores já dizem que a “falta de sintonia” desnorteia a campanha de Bolsonaro, o que acaba por prejudicar a imagem do presidente. Essa conjuntura pode ser demonstrada nas recentes pesquisas eleitorais, que apontam ampla vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto.

O núcleo de reeleição do chefe do Executivo federal argumenta que a falta de alinhamento só prejudica Bolsonaro, e insiste em centralizar a campanha. Nenhum lado, no entanto, aceitou ceder até o momento.

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