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Bolsonaro recorre à “velha política” para dobrar vantagem sobre Lula em SP

Com ajuda de Tarcísio, presidente dedicará 4 dias seguidos a eventos de campanha no estado para tentar criar onda bolsonarista no 2º turno

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Jair Bolsonaro sorrindo durante discursa em São Paulo para apoiadores
1 de 1 Jair Bolsonaro sorrindo durante discursa em São Paulo para apoiadores - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Dominante nas redes sociais, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) recorreu aos métodos da “velha política” na reta final da disputa pela Presidência da República ao centrar esforços em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O objetivo é ampliar a vantagem sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado e tentar virar a corrida ao Planalto no dia 30 de outubro.

O presidente reservou quatro dias seguidos para fazer campanha em solo paulista, onde venceu Lula no primeiro turno com 7 pontos percentuais de diferença — 47,7% contra 40,9%. Segundo aliados, a presença ostensiva no estado, reforçada com agenda da primeira-dama Michelle Bolsonaro na última quarta-feira (19/10), tem como meta mais do que dobrar a vantagem sobre o petista, abrindo entre 15 e 20 pontos de diferença.

Para isso, o mandatário do país recrutou e abasteceu com material de campanha um exército de prefeitos e vereadores paulistas. A intenção é pedir votos em mais de 400 municípios. Convencido de que já ganhou a disputa estadual contra Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) virou cabo eleitoral de luxo e agora se dedica à corrida presidencial.

Tarcísio tem nacionalizado seus discursos, com elogios ao chefe do Executivo nacional e críticas aos governos do PT, cancelado a participação em debates e sabatinas e sequer tem produzido novos programas de rádio e TV para destacar propostas ou rebater os ataques da propaganda de Haddad. “Ele se considera eleito, e a missão agora é ajudar a reeleição do presidente Bolsonaro”, resumiu um aliado do ex-ministro.

Por essa “missão”, Tarcísio teve de aceitar dividir palanque com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), terceiro colocado na corrida estadual. Logo após o primeiro turno, o candidato do Republicanos desdenhou do “apoio incondicional” declarado pelo tucano. Agora, Garcia tem ajudado na mobilização de prefeitos que o apoiaram para se engajarem na campanha bolsonarista. O governador prometeu mais 4 milhões de votos a Bolsonaro no estado.

Na quinta-feira (20/10), uma leva de prefeitos foi a um evento de Bolsonaro em um ginásio esportivo da capital e ouviu do presidente que era preciso buscar votos fora da família.  Como mostrou o Metrópoles, os políticos usaram carros oficiais e até uma ambulância para levar material de campanha a ser distribuído nas cidades. Só em adesivos foram 1,5 milhão.

A estratégia é criar uma onda bolsonarista na reta final do segundo turno para empurrar o presidente à vitória no dia 30 de outubro. Segundo aliados, o engajamento paulista pode impactar as próximas pesquisas e ajudar a alavancar Bolsonaro em outro estado-chave na disputa, Minas Gerais, considerado o termômetro da eleição presidencial e onde o atual presidente perdeu para Lula no primeiro turno. A redução da diferença entre Lula e Bolsonaro demonstrada nas pesquisas animou os apoiadores, que já falam em “virada histórica”.

Nos próximos dias em São Paulo, Bolsonaro vai mesclar agendas externas com religiosos e políticos com entrevistas em duas emissoras da capital que fariam debates presidenciais, mas Lula acabou desistindo de ambos. Nesta sexta-feira (21), o presidente participará de um evento com lutadores de artes marciais pela manhã, deve visitar o interior à tarde, e à noite concederá entrevista ao SBT.

No sábado (22/10), a campanha prevê uma grande ação de marketing explorando a coincidência da data com os números de urna de Bolsonaro e Tarcísio, e uma agenda de rua em Guarulhos, segunda maior cidade do estado e reduto petista, e encontro com lideranças religiosas na periferia da capital. À noite, o presidente deve ir ao jogo do Palmeiras. No domingo (23/10), uma semana antes do segundo turno, Bolsonaro vai a uma igreja evangélica e pretende fazer uma mobilização de rua na capital ao longo do dia e, à noite, atingir mais de 11 milhões de pessoas com a entrevista na TV Record.

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