Bolsonaro recebe apoio de senadores e prevê “Senado de centro-direita”
Após encontro com parlamentares, presidente pediu esforço dos senadores para conseguir votos favoráveis a ele até o dia 30 de outubro
atualizado
Compartilhar notícia
Após receber senadores na tarde desta quarta-feira (5/10), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a próxima legislatura do Senado será de “centro-direta”. Com o resultado das eleições de domingo (2/10), o Partido Liberal, sigla do presidente, emplacou oito senadores no Congresso Nacional e terá a maior bancada da Casa em 2023, tendo 14 cadeiras das 81. Antes, o partido contava com seis senadores.
“[Teremos] Um Senado mais centro-direita. Um Senado que aprovará as propostas que interessem ao Brasil com mais agilidade. Teremos uma maior produção legislativa. Todo o Brasil vai ganhar com isso”, afirmou o presidente depois do encontro.
Os senadores eleitos presentes, entre eles Eduardo Gomes (PL-TO), Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PL-MG), declararam apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições, marcado para 30 de outubro. No primeiro turno do pleito, o atual chefe do Executivo federal ficou atrás do petista no cenário nacional. O candidato do PL recebeu 51 milhões de votos (43,20%), enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou com 57,2 milhões (48,43%).
Bolsonaro agradeceu o apoio e pediu um “esforço” dos parlamentares até o dia 30 para que o Brasil não “volte ao retrocesso”.
“Obviamente, pedi para eles, aqui, um esforço maior ainda até o dia 30 para conseguir mais pessoas para votar na gente, porque, assim, teremos a certeza de que o Brasil não sofrerá qualquer retrocesso. E, as nossas pautas, de família também, serão mantidas. Cada vez mais o respeito à família, a necessidade que nós temos, a certeza de garantir liberdades e garantias individuais”, disse.
Apoio de governadores
Mais cedo, Bolsonaro recebeu, também no Palácio da Alvorada, os governadores reeleitos Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Ratinho Junior (PSD-PR), além do candidato ao governo do Rio Grande do Sul Onyx Lorenzoni (PL). Ibaneis e Ratinho declararam apoio à reeleição de Bolsonaro.
Nessa terça-feira (4/10), dois dias após o resultado do primeiro turno, o presidente conseguiu o apoio dos governadores Rodrigo Garcia (PSDB), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro.
Segundo o chefe do Executivo federal, a aliança tem como intuito “evitar que a quadrilha”, em referência ao Partido dos Trabalhadores (PT), “volte ao poder”.
“Diferenças sempre existirão, mas o que está em jogo neste momento é algo muito maior: o futuro do nosso Brasil. É hora de unirmos forças para proteger a liberdade e a dignidade do povo brasileiro e evitar que a quadrilha que assaltou e quase destruiu o país volte ao poder”, escreveu o presidente nas redes sociais.
Com o apoio dos três governadores, o presidente da República terá alianças com os governadores de três dos cinco maiores colégios eleitorais do país para disputar o segundo turno contra Lula.
Bancada ruralista
Na manhã desta quarta, Bolsonaro ainda se reuniu com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) — também conhecida como bancada ruralista. Os parlamentares declararam apoio ao atual mandatário do país no segundo turno das eleições.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também participou do encontro. Segundo ele, no governo Bolsonaro, a preservação ambiental e a produção caminham de mãos dadas e que sua pasta e o Ministério da Agricultura “trabalham juntos”.
A política ambiental do atual governo é alvo de críticas da comunidade internacional e de especialistas brasileiros. Em quase quatro anos de gestão Bolsonaro, o desmatamento da Amazônia e do Cerrado tem aumentado. O presidente costuma minimizar os episódios e pregar que região amazônica não pega fogo, pois é úmida.