Bolsonaro pede desculpas por associar vacina a “virar jacaré”
Candidato à reeleição, no entanto, voltou a levantar dúvidas sobre efeitos colaterais adversos associados ao imunizante contra a Covid
atualizado
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O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), pediu desculpas, nesta sexta-feira (14/10), por ter dito que, ao tomar o imunizante da Pfizer, a pessoa poderia “virar um jacaré”. Na época, ele questionava os efeitos colaterais da vacina contra a Covid-19.
Em participação no podcast Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro foi questionado sobre arrependimento de alguma declaração dada nos últimos anos, ao que respondeu:
“Arrependimento existe, mas não tem como voltar atrás. Se você falou, bicho, já era. Quando estava discutindo questão dos efeitos colaterais da Pfizer, ela não se responsabilizava por efeitos colaterais. No calor, eu falei: ‘Vai que você vira um jacaré’. Isso aí foi quase mortal para mim. Lamento, me desculpo, mas eu quis advertir a população de que estava tomando vacina sem saber efeitos colaterais”, disse ele.
Apesar disso, Bolsonaro reforçou as dúvidas em torno da imunização e afirmou que até hoje não tomou o imunizante contra a Covid. “Até ministros meus ficaram chateados. É liberdade minha.”
Corrupção
No podcast, Bolsonaro disse também não há “nada de concreto” nas acusações de corrupção que recaem sobre ele. Recentemente, veio à tona uma investigação jornalística sobre a negociação de imóveis em dinheiro vivo por Bolsonaro e outros familiares.
Desde a década de 1990 até hoje, 107 imóveis foram negociados pelo presidente e por cinco irmãos, três filhos, a mãe e duas ex-mulheres do mandatário. O uso de dinheiro vivo ocorreu em pelo menos 51 transações, segundo informações levantadas pelo site Uol e reiteradas por declarações dos familiares de Bolsonaro.
“As acusações de corrupção contra mim morrem no mesmo dia. Não tem nada de concreto”, afirmou. “Você nunca viu um escândalo de corrupção no meu governo, não viu”.
Durante a pandemia, um representante de uma empresa de vacinas acusou ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. O caso foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal.
Filhos políticos do presidente também são ou já foram investigados pela prática de rachadinha em seus gabinetes. O crime consiste no confisco de parte dos salários dos funcionários, o que caracteriza desvio de dinheiro público.