Bolsonaro nega ter imitado pessoas sem ar, mas imagens o desmentem
Presidente da República e candidato à reeleição foi entrevistado por âncoras do Jornal Nacional nesta segunda (22/8)
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), negou durante entrevista ao Jornal Nacional, nesta segunda-feira (22/8), ter imitado pessoas com falta de ar durante o auge da pandemia da Covid-19. O mandatário se negou a dizer ter se arrependido das declarações feitas à época, o que definiu como “não ter adotado o politicamente correto”. Mas algumas imagens comprovam o contrário.
Quando questionado pela jornalista Renata Vasconcellos sobre os momentos em que imitou pessoas com falta de ar, um dos sintomas mais graves da doença, ele desafiou: “Queria que você botasse no ar eu imitando falta de ar”.
O Metrópoles selecionou dois momentos, durante suas tradicionais lives semanais, em que o ocupante do Palácio do Planalto simulou não conseguir respirar.
Veja as imagens:
No #JN, ao ser questionado por Renata Vasconcellos, @jairbolsonaro disse: “Eu queria que você botasse no ar eu imitando falta de ar”.
Em duas ocasiões, em 2021, o presidente imitou pacientes de Covid-19 com dificuldades para respirar.
Relembre 👇🏻
(Via: @SamPancher) pic.twitter.com/sndFUKFejU
— Metrópoles (@Metropoles) August 23, 2022
Em ambas as ocasiões ele estava acompanhado pelo ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, retirado do cargo após denúncias de assédio moral e sexual serem reveladas pela coluna Rodrigo Rangel.
Nas duas situações, Bolsonaro atacou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a quem definiu como “o cara que condena a cloroquina”. As situações ocorreram em 19 de março e 6 de maio de 2021.
Evitou responder sobre arrependimento
Renata insistiu em questionar a postura do presidente durante a pandemia. Ao invés de respondê-la, Bolsonaro falou sobre o auxílio emergencial, chamou a CPI que investigou a atuação do governo federal de “CPI do circo” e negou que a população de Manaus tenha ficado sem oxigênio.
“Não adotei o politicamente correto. Não estimulei. Inclusive, o que eu falei é que, quando foi decidido o que era essencial, o trabalho essencial, eu falei: deve ser todo aquele necessário para o homem ou a mulher levar o pão para dentro de casa. A própria OMS concordou comigo nessa questão”, argumentou.
“Então o senhor chama isso de politicamente incorreto? O senhor não se arrepende do seu comportamento, das frases que fez, imitando pessoas com falta de ar como solidariedade com as famílias que sofreram?”, insistiu Renata.
“Lamento as mortes. Não tem quem não perdeu um parente, um amigo. Lamento as mortes. Agora, não poderia ser tratada a Covid da forma como começou a ser tratada”, finalizou, se esquivando de responder à pergunta.