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Bolsonaro nega obrigação em indicar “terrivelmente evangélico” ao STF

Em almoço com jornalistas, presidente disse que, se reeleito, indicará nome com perfil “conservador” e que “não pratique ativismo judicial”

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Marcos Corrêa/PR
Jair Bolsonaro em seu discurso na ONU
1 de 1 Jair Bolsonaro em seu discurso na ONU - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convidou jornalistas para um almoço no Palácio da Alvorada, na tarde desta sexta-feira (7/10). Na ocasião, o candidato à reeleição conversou com a imprensa por aproximadamente 30 minutos sobre assuntos de campanha e medidas para um eventual segundo mandato.

Questionado se irá indicar mais uma vez um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF), caso reeleito, o chefe do Executivo federal disse que não, mas que o perfil do indicado deve ser “conservador” e não praticar o que chamou de “ativismo judicial”.

“Não tem compromisso meu com [indicação de] nenhum perfil. [Mas precisa ser] Conservador, não praticar o ativismos judicial, seguir a Constituição à risca”, afirmou Bolsonaro. “E tomar tubaína comigo”, acrescentou, aos risos.

Perguntado se o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, seria um bom nome para a Corte, Bolsonaro disse que “qualquer nome é um bom nome”, mas brincou que uma eventual indicação do atual ministro-chefe da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, não seria boa, pois o militar “já passou da idade”. Ramos tem 66 anos. A idade máxima para alguém ingressar na magistratura é de 70 anos.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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Recriação de ministérios

Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro prometeu que seu governo teria no máximo 15 ministérios. Ele, no entanto, começou o primeiro mandato com 22 pastas e, atualmente, conta com 23.

Para o segundo mandato, Bolsonaro estuda recriar ao menos três. Ao longo deste ano, ele mencionou a possibilidade de trazer de volta as pastas da Indústria e Comércio, e da Pesca. Nesta sexta, em conversa com a imprensa, ele voltou a falar na “possibilidade” de recriar o Ministério da Segurança Pública. O presidente, no entanto, não citou nomes.

Quando assumiu o governo, Bolsonaro juntou a Segurança Pública com o Ministério da Justiça, que foi chefiado por Sergio Moro. Após a saída do ex-juiz do primeiro escalão, em abril de 2020, o desmembramento do ministério passou a ser ventilado.

Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorre à Presidência, se reuniu com governadores e propôs recriar o Ministério da Segurança Pública. Assim como o atual presidente, o petista evitou citar nomes que poderiam comandar a pasta caso ele seja eleito. “É loucura imaginar que você pode indicar time antes. Se tenho 10 economistas aqui e indico um, vou conquistar um e perder nove. Que inteligência é essa?”, comentou Lula nessa quinta-feira (6/10).

Damares na Presidência do Senado

O presidente Jair Bolsonaro também comentou o desejo de Damares Alves (Republicanos) — ex-ministra do governo que foi eleita senadora pelo Distrito Federal nas eleições de domingo (2/10) — de presidir o Senado Federal.

“Eu quero ser a presidente, por que eu não posso? Vou conversar com o meu partido, se der a chance de sair uma candidatura avulsa. Claro que essa é uma decisão muito séria, que passa também pelo presidente da República. Não vou fazer nada que o presidente não queira”, afirmou Damares em entrevista Metrópoles.

Questionado se apoia o nome da ex-ministra para presidir a Casa, Bolsonaro desconversou. “Quem se acerta lá são eles [senadores]. Eu não posso apoiar, porque se você apoia um candidato [à Presidência] do Senado e ele perde, você fica mal [com o Parlamento], disse o presidente.

O titular do Palácio do Planalto, no entanto, voltou a dizer que a próxima legislatura do Congresso será de “centro-direita”, o que irá facilitar a aprovação de matérias e a indicação de nomes para direções de agências do governo, por exemplo. A legislação diz que cabe ao presidente da República indicar nomes para comandar órgãos como Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As indicações precisam ser encaminhadas ao Senado, que a analisa e sabatina os nomes.

“Vocês não sabem a dificuldade que tem para aprovar nomes [para agências]. Agora, com o Senado mais centro-direita, não vai ter dificuldade. Tem agência que tem poder maior que o próprio ministério”, declarou.

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