Bolsonaro diz que não xingou ministros, mas os chamou de “canalhas”
O candidato à presidência da República já chamou Roberto Barroso de “filho da puta” e se referiu aos ministros como “canalhas”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em sabatina ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira (22/8), que não havia xingado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Questionado pelo o âncora William Bonner sobre as animosidades entre os Poderes, Bolsonaro acusou o apresentador de mentir: “Você não tá falando a verdade quando fala ‘xingar ministros’. Isso não existe. É fake news da sua parte”, afirmou.
Logo depois, se esquivou: “Eu não xinguei ministros. Falei de um específico, que me persegue”, afirmou. Veja:
Bolsonaro começa sabatina no #JN negando que xingou ministros do STF, mas no último dia 7 de Setembro, presidente chamou Alexandre de Moraes de “canalha”.
Fala foi relembrada por William Bonner e candidato argumentou: “Você falou ministros, não ministro”.
Relembre ▶️ pic.twitter.com/zcf6LHzvNX
— Metrópoles (@Metropoles) August 23, 2022
Vídeos, publicações, declarações em eventos, no entanto, mostram comportamento antagônico ao das declarações por parte do presidente. Em agosto de 2021, por exemplo, Bolsonaro deu uma declaração contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, cumprimentava um idoso quando ofendeu Barroso. “O filho da puta ainda trai [ou traz] gente dessa maneira. Aquele filho da puta do Barroso”, declarou o chefe do Executivo. Ao fim da transmissão, o vídeo ficou disponível na página do presidente no Facebook, mas foi apagado minutos depois.
No 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro fez ameaças ao STF em discurso, na Avenida Paulista, em São Paulo. Na ocasião, chamou os ministros da Corte de “canalhas” e disse que “nunca seria preso”.
Liberdade de expressão
O presidente ainda defendeu seus seguidores e afirmou que “quando alguns falam em fechar o Congresso é liberdade de expressão deles” e disse não ver “nada demais” na situação.
“E para mim isso aí faz parte da democracia. Eu não posso é eu ameaçar fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal. Então, Bonner, eu não vejo nada demais. Vejo como liberdade de expressão, como alguns falam em AI-5. Nem existe mais AI-5. Você querer punir alguém por ela ter levantado uma faixinha ela ali no meio da multidão ‘AI-5’? Isso aí é uma coisa que, no meu entender, não leva a lugar nenhum.”
Bolsonaro abriu a série de entrevistas do noticioso da TV Globo com os candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano. Ele é entrevistado pelos âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos no estúdio montado exclusivamente para as entrevistas dos presidenciáveis.
A sabatina ocorreu no primeiro bloco do telejornal e sem interrupções para intervalo comercial.
Após a sabatina, Bolsonaro conversou com apoiadores na saída dos estúdios da Globo e abriu uma live. Ele voltou a convocar os bolsonaristas para atos em apoio ao governo no dia 7 de Setembro e encerrou a gravação dizendo que iria procurar “um cachorro-quente ou um churrasquinho de gato” para finalizar a noite.