Bolsonaro diz que deve conversar com Temer por apoio à reeleição

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira (6/10), que pretende se reunir com o ex-presidente Michel Temer (MDB) nos próximos dias para articular um apoio a sua candidatura à reeleição.

Mais cedo, o emedebista divulgou uma nota dizendo que apoiará a candidatura de quem “defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”.

Na terça-feira (5/10), o emedebista definiu que apoiará Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo governo de São Paulo. O ex-ministro de Bolsonaro enfrenta a concorrência de Fernando Haddad (PT). Temer, no entanto, não se manifestou sobre quem apoiará na disputa presidencial.

“Há previsão de eu conversar com o Temer esses próximos dias”, disse Bolsonaro a jornalistas, no Palácio da Alvorada, após uma série de agendas de campanha. “O que eu vi na imprensa é que ele iria votar em mim. Agora, eu nunca tive problemas com o Temer, mais graves, vamos assim dizer. É um ex-presidente que já recebi algumas vezes aqui. Não vi nenhum sinal de rompimento por parte dele. E cada um apoia quem achar que é melhor”, afirmou.

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Segundo interlocutores do emedebista, ele ainda não decidiu que posição irá adotar, mas há a avaliação de que não há condições de apoiar o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem se referido ao ex-aliado como “golpista”.

Temer deve, portanto, adotar neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito. A definição sobre o apoio, contudo, só ocorrerá após o retorno do ex-presidente ao Brasil de uma viagem que faz a Londres, na Inglaterra.

Exigências para Bolsonaro

Segundo aliados do emedebista, ele só deve tomar uma decisão após voltar de Londres, na sexta-feira (7/10).

Na possível negociação, Temer quer impor algumas condicionantes a Bolsonaro, segundo apurou a coluna Igor Gadelha, do Metrópoles. São elas: 1) a defesa do “legado” do governo do emedebista; 2) compromisso com a democracia; e 3) apoio às reformas estruturantes.