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Bolsonaro dá palco a ex-ministros candidatos em agendas pelo país

Presidente tem aproveitado compromissos nos estados para alavancar sua popularidade e também a de ex-integrantes de seu governo

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Lançamento do Programa Renda e Oportunidade conta com a presença do presidente Bolsonaro e de Ministros
1 de 1 Lançamento do Programa Renda e Oportunidade conta com a presença do presidente Bolsonaro e de Ministros - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Empenhado em garantir apoio eleitoral em estados-chave para um eventual segundo mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dado palanque a ex-ministros que serão candidatos nas eleições durante suas viagens pelo país.

Em 31 de março deste ano, o governo federal exonerou 10 ministros que tentarão ser eleitos em outubro. A Lei de Inelegibilidades, de 1990, define que os ministros que desejam se candidatar precisam deixar os cargos até seis meses antes do primeiro turno – a ideia é evitar que eles usem os cargos para obter vantagem eleitoral.

Os ex-ministros que devem disputar o pleito de outubro são:

Segundo um levantamento do Metrópoles com base na agenda oficial da Presidência e no banco de imagens oficial do Palácio do Planalto, o chefe do Executivo federal tem aproveitado compromissos nos estados para alavancar a sua popularidade e também de seus ex-ministros.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

Hugo Barreto/Metrópoles
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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

Igo Estrela/Metrópoles
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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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Dos 25 eventos que Bolsonaro participou de 31 de março a 20 de maio deste ano, apenas oito não tiveram a presença de ex-ministros. As outras cerimônias contaram com a participação de seis ex-integrantes do primeiro escalão.

O general Walter Braga Netto, que comandava a Defesa, tem sido o ex-ministro que mais participa de eventos pelo país ao lado do presidente. Apesar de não ter oficializado sua candidatura, o militar deve compor a chapa como vice-presidente rumo à reeleição de Bolsonaro ao Planalto.

Onyx Lorenzoni, que deve disputar o governo do Rio Grande do Sul, aparece na sequência. Ele esteve ao lado do presidente durante agendas no estado em cinco oportunidades desde sua exoneração do Ministério de Previdência e Trabalho.

O ex-ministro da Infraestrutura é a grande aposta de Bolsonaro para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de outubro. Tarcísio de Freitas participou de quatro agendas junto do atual chefe do Executivo federal de 31 de março a 20 de maio deste ano.

João Roma, que deve disputar o governo da Bahia, e Marcos Pontes, que vai tentar uma vaga de deputado federal por São Paulo, participaram de agendas ao lado do presidente duas vezes cada um no mesmo período.

Inicialmente cotada para ser vice de Bolsonaro na chapa pela reeleição, Tereza Cristina deve disputar uma vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul. Após ser exonerada, ela e Bolsonaro tiveram uma agenda juntos.

Os ex-ministros Gilson Machado, Rogério Marinho, Damares Alves e Flávia Arruda não tiveram agendas ao lado de Bolsonaro nos estados do país após serem exonerados do governo.

Projetos de ex-ministros

Já confirmado pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Freitas aposta nos leilões e concessões realizados em sua gestão e no perfil vendido pelo chefe de “entregador de obras”. Bolsonaristas já tentam colar nele o apelido “Tarcisão da massa”, na tentativa de torná-lo mais popular. Tarcísio se filiou ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, em março deste ano.

Também filiada ao PL, A ministra, que ainda está sem partido, Damares pretende apostar na pauta ideológica cara ao bolsonarismo, como a oposição ao aborto e a defesa da família tradicional.

“Sanfoneiro do Bolsonaro”, Gilson Machado (PSC) tem um histórico maior de atividade partidária — passou por PFL/DEM, PHS, MDB e PSL. Este ano, ele quer disputar uma vaga ao Senado pelo estado de Pernambuco com o socorro ao turismo como carta na manga.

Marcos Pontes, ex-chefe da Ciência e Tecnologia, deve se lançar à Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo. Pontes tem como vitrine programas como a internet nas escolas. Ele também se filiou ao partido do presidente.

Onyx Lorenzoni (União-RS) aposta na melhoria dos índices de desemprego e em medidas para promover a desburocratização e desregulamentação do mercado de trabalho. Ele vai disputar o Palácio Piratini, no Rio Grande do Sul.

Na Bahia, o candidato ao governo estadual João Roma (PL) aposta no Auxílio Brasil como ativo para a derrota do grupo petista que comanda o estado há 15 anos. O programa social substituiu o Bolsa Família e foi criticado por especialistas que estudam políticas sociais. Entre bolsonaristas, no entanto, ele é considerado um programa de êxito, entre outros fatores, por ter aumentado o piso do benefício para R$ 400 em pleno ano eleitoral. O Bolsa Família pagava, em média, R$ 192.

Em outro estado do Nordeste, Rogério Marinho (PL) pretende sustentar a candidatura nas obras de transposição do Rio São Francisco entregues na atual gestão, ainda que tenham sido iniciadas em gestões passadas. A ideia é apresentar o governo Bolsonaro, e o próprio ex-ministro, como os responsáveis por “levar água ao Nordeste”. Marinho vai disputar a única vaga do Rio Grande do Norte ao Senado.

Tereza Cristina (PP) vai tentar uma vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ela é chamada por Bolsonaro de “pequena grande mulher”, é bem-vista pelo agronegócio nacional e tida como uma autoridade que atende as demandas do setor.

Já a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), pretende disputar a vaga ao Senado pelo Distrito Federal. Apesar de receber elogios públicos do chefe e de ter conseguido se manter no posto mesmo com pressões de adversários, Flávia não depende tanto de Bolsonaro a nível local. Ela é casada com o ex-governador José Roberto Arruda, ainda hoje bastante popular na capital federal.

Pronunciamentos

Em fevereiro, o Metrópoles mostrou que o presidente Jair Bolsonaro escalou os então ministros que iriam disputar as eleições deste ano para divulgar ações do governo em rede nacional de rádio e televisão.

Nos primeiros três meses deste ano, quando ainda integravam o primeiro escalão do governo, cinco dos então 10 ministros que devem disputar o pleito de outubro utilizaram o horário nobre para divulgar os feitos do governo em suas respectivas pastas. Foram eles:

  • João Roma;
  • Onyx Lorenzoni;
  • Damares Alves;
  • Rogério Marinho; e
  • Marcos Pontes.

Relembre todos os pronunciamentos aqui.

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