Bolsonaro aposta na “segurança” e cita tema 99 vezes em plano de governo
Lula (PT) tem o termo “social” como o mais recorrente em seu plano de governo. Palavra “segurança” aparece 15 vezes no documento do petista
atualizado
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A palavra “segurança” aparece 99 vezes no plano de governo de Jair Bolsonaro (PL) para as eleições deste ano. Em 2018, o termo esteve apenas 10 vezes no documento registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O tema é repetido em todo o texto de 48 páginas, mas é destrinchado no tópico Segurança e Defesa. São cinco itens principais na área para o candidato: promover e fortalecer a segurança jurídica; promover a segurança alimentar e a alimentação saudável; fortalecer a segurança energética do país; fortalecer e garantir a segurança pública e cidadã; e fortalecer e garantir a segurança no campo.
Candidato à reeleição, o tema “segurança” é recorrente nos discursos e propostas de Bolsonaro. O número de pessoas com certificado de registro de armas de fogo cresceu 474% durante a gestão bolsonarista, segundo dados de janeiro de 2019 a 1° de julho de 2022. O equipamento é defendido no item Liberdade para a Defesa de Direitos. Nesse ponto, a proposta considera que a legítima defesa é direito fundamental.
O atual chefe do Executivo federal argumenta que o governo deve prover meios para a proteção à vida, integridade física, dignidade sexual e liberdade. “Por óbvio, autoriza o uso da força para evitar injusta agressão, inclusive com o uso de arma de fogo”. O documento ainda classifica a arma de fogo como um “importante elemento que contribui para a política de segurança pública e para a própria pacificação social e preservação da vida”.
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Lula e Ciro
O plano de governo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por outro lado, tem a palavra “social” como a mais presente. São 37 vezes no documento de 21 páginas. O termo “segurança” aparece em 15 ocasiões.
Já o documento submetido pelo PT ao TSE em 2018, quando Fernando Haddad (PT) foi o candidato do partido, teve “desenvolvimento” como o termo mais recorrente, repetido 115 vezes. A palavra “segurança” esteve no plano de governo 44 vezes.
Nas 121 propostas de Lula para as eleições de 2022, o petista usa o seu termo mais recorrente para discorrer, entre outros temas, sobre como o Brasil passa por uma suposta “crise social” e para defender a “participação social” e a “previdência social”.
Em terceiro lugar na corrida pelo Planalto, Ciro Gomes (PDT) tem a palavra “desenvolvimento” como a preferida, sendo citada em 21 cirscuntâncias no texto de 26 páginas. Em 2018, o termo também foi o mais recorrente no texto, com 78 casos. “Segurança”, por exemplo, aparece 16 vezes.
Recorrência de temas
Levantamento feito pelo Metrópoles mostra a recorrência dos quatro principais temas discutidos em debates – educação, saúde, corrupção e segurança – nos planos de governo de Lula, Bolsonaro e Ciro, os três candidatos que aparecem na frente da corrida presidencial.
Enquanto em 2018 Haddad ocupava o primeiro lugar no número de citações à educação, com 73 ocorrências, neste ano o posto é ocupado por Bolsonaro, que repetiu o termo 45 vezes.
Saúde, que também foi repetido o maior número de vezes (44) por Haddad em 2018, tem o maior número de ocorrências (79) no plano de governo de Bolsonaro neste ano.
Já a corrupção, que costuma ser um tema recorrente em debates e troca de farpas entre candidatos, foi mais citada por Bolsonaro tanto em 2018, com 20 citações, quanto em 2022, com 15 ocorrências.
Veja os números na íntegra: