Banqueiro Ricardo Lacerda deixa Novo após Amoêdo declarar voto em Lula
Dono do banco de investimento BR Partners, Lacerda disse que discorda do voto de Amoêdo, assim como da reação do Novo
atualizado
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O banqueiro Ricardo Lacerda, fundador do banco de investimento BR Partners, anunciou, nesse sábado (15/10), que se desfiliará do partido Novo. A declaração foi divulgada nas redes sociais.
De acordo com Lacerda, a decisão foi tomada após o partido criticar o voto de João Amoêdo, fundador da sigla, no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A escolha de Amoêdo, que apoiou Jair Bolsonaro (PL) no pleito de 2018, foi anunciada no sábado.
Em reação, o partido afirmou ser “absolutamente incoerente e lamentável” a decisão de Amoêdo. Nas redes sociais, o banqueiro Ricardo Lacerda criticou o posicionamento da sigla e informou que vai se desfiliar.
“Discordo da decisão de João Amoêdo de votar em Lula. Mas foi uma decisão corajosa, fundamentada e estritamente pessoal. Lamentável a reação do partido Novo e seus líderes condenando-o, numa humilhante tentativa de lamber as sobras do bolsonarismo. Desfiliar-me-ei!”, escreveu.
Veja o tuíte:
Discordo da decisão de @joaoamoedonovo de votar em @LulaOficial. Mas foi uma decisão corajosa, fundamentada e estritamente pessoal. Lamentável a reação do @partidonovo30 e seus líderes condenado-o, numa humilhante tentativa de lamber as sobras do bolsonarismo. Desfiliar-me-ei!
— Ricardo Lacerda 🇧🇷 (@RickLacerda68) October 15, 2022
Voto de Amoêdo
Em comunicado divulgado no sábado, Amôedo disse que vai apertar 13 na urna pela primeira vez. Segundo ele, “Bolsonaro confirmou ser não apenas um péssimo gestor, como já prevíamos, mas provou também ser uma pessoa sem qualquer compaixão com o próximo”.
Apontou, ainda, o descaso com a educação, o meio ambiente, a ciência, a cultura, a responsabilidade fiscal e, acima de tudo, o desprezo pela vida dos brasileiros.
Em nota, o Novo afirmou que a “triste declaração constrange a instituição, que se mantém coerente com seus princípios e valores e reforça que Amoêdo não faz mais parte do corpo diretivo do partido desde março de 2020”.
Após as críticas do partido, Amoêdo afirmou, em entrevista ao Metrópoles, considerou incoerente a reação da sigla.
“A gente tem que separar o que é comentário do Novo e de ex-candidato. O partido soltou uma nota dizendo que os filiados estavam liberados para se pronunciar quanto ao segundo turno das eleições. Então, me estranha um ataque dessa magnitude”, afirmou Amoêdo.
Um dos principais expoentes do partido, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, já declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno. Luiz Felipe D’Ávila, candidato à presidência pelo Novo no pleito deste ano, decidiu permanecer neutro no segundo turno.