Aziz critica busca de Kassab por nome do PSD: “Candidato não se cria”
O presidente do PSD já recebeu três negativas nas tentativas de ter um candidato próprio à Presidência da República
atualizado
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O senador Omar Aziz (PSD-AM), apoiador da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, criticou a busca persistente do presidente do seu partido, Gilberto Kassab, por um nome para encarnar uma candidatura própria ao Planalto.
Após a recusa de Eduardo Leite (PSDB) em atender ao convite feito por Kassab, antecedida pela dessitência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de ser o nome do PSD na corrida presidencial, Kassab mantém o discurso de encontrar uma candidatura própria do PSD. O objetivo é cumprir a promessa feita internamente.
Nessa busca, Kassab já recebeu um terceiro não: o do ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido). Ele sinalizou que não será o “plano C” de Kassab.
“Candidato não se acha, não se cria. Candidato se forja na luta, no dia a dia. Candidato não se cria do dia para a noite. O meu candidato aqui no Amazonas é o Lula”, disse Aziz, em conversa com o Metrópoles.
O compromisso de lançar um nome do partido foi feito pelo presidente da legenda com a bancada do PSD. Agora, diante do cenário totalmente polarizado entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro (PL), lideranças do PSD falam que a melhor opção seria liberar os apoios nos estados para a formação dos palanques regionais e início da pré-campanha.
“Chama o Meirelles”
Nesse contexto, o PT investe para conseguir o apoio do PSD, já no primeiro turno, para Lula. Em troca, lideranças do partido cogitam oferecer o apoio do petista ao nome de Henrique Meirelles, atual secretário da Fazenda e Planejamento da gestão de João Doria, em São Paulo, caso ele queria concorrer ao governo de Goiás. Seria uma candidatura antagônica à reeleição de Ronaldo Caiado (União Brasil), hoje favorito nas pesquisas.
Meirelles foi presidente do Banco Central durante o governo de Lula e tem boa relação com o petista, apesar de ter sido ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, após o impeachment de Dilma Rousseff.
O nome também é cogitado como possível vice de Rodrigo Garcia (PSDB) na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Isso implicaria na migração de Meirelles do PSD para o MDB, o que precisa ocorrer até sexta-feira, quando fecha a janela partidária.
Desistiu de desistir
Na terça-feira, Meirelles deu sinais de que muitas negociações estavam em curso na antevéspera do fechamento do prazo para filiação de quem pretende concorrer às eleições.
Primeiro, disse a aliados que não iriam mais se lançar como candidato ao Senado. Mais tarde, desistiu de lançar uma nota informando a decisão e avisou que terá uma conversa com Kassab, para definir seu destino político.
Segundo o jornal O Popular, o ex-ministro havia planejado divulgar na terça (29/3) nota em que descartava a candidatura, após se desentender com a cúpula goiana do PSD. Porém, cancelou uma entrevista coletiva às 13h30 em que confirmaria a desistência.