Lula inaugura agenda política com Alckmin em encontro com centrais
O petista recebeu uma pauta unificada dos trabalhadores com pedidos de valorização de salários, políticas de emprego e distribuição de renda
atualizado
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Após a aprovação por parte do PT da coligação com o PSB e do nome do ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a um encontro com as principais centrais sindicais em São Paulo, tendo o ex-tucano ao lado.
Lula levou Alckmin ao seu reduto político, que, em muitos momentos, foi hostil às gestões do ex-governador. Com isso, Lula tenta aplacar qualquer crítica à escolha do vice que tem um histórico político de centro esquerda.
Durante o evento, Alckmin foi chamado diversas vezes de “companheiro”, sinalizou com a cabeça concordando com as falas, acenou para pessoas da plateia e com o braço erguido, entoou o grito de guerra dos petistas: “Olê, olá, Lula”.
Lula recebeu dos sindicalistas uma pauta unificada dos trabalhadores, documento que foi debatido na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), realizada há uma semana. Participaram da conferência a CUT, a Força Sindical, a UGT, a CSB, a CTB, a Nova Central, a Conlutas, a Intersindical e a Pública.
O documento relaciona 63 propostas com medidas emergenciais e estruturais para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários, fortalecer a representação sindical, além de promover a democracia e a vida. Antes de ser debatida, as reinvindicações chegaram a ser afinadas com a equipe de Lula e, por isso, guardam total coerência com as propostas do petista.
Duplas_Pauta Da Classe Trabalhadora CONCLAT 2022_compressed by Rebeca Borges on Scribd
“Abrasileirar”
Um dos pontos pede a suspensão imediata da política de paridade de preços internacionais hoje adotada pela Petrobras, implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. O índice se baseia nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis.
Lula tem repetido em seus discursos sobre a necessidade de “abrasileirar” o preço dos combustíveis e apontado essa política como causa importante da inflação e da perda de empregos.
Combate à “uberização”
Entre os pontos priorizados, estão a volta de uma política de valorização do salário mínimo considerando o índice de inflação, a realização de políticas de distribuição de renda, políticas de geração de emprego e a ampliação de direitos sociais, inclusive para tralhadores autônomos, entre eles os trabalhadores de aplicativo.
Um dos pontos indica a necessidade de “garantir a proteção aos desempregados com seguro desemprego, formação profissional de qualidade, acesso à intermediação pública de mão de obra e inscrição nos programas de transferência de renda, vale gás, vale-transporte social, isenção nas taxas de serviços públicos, entre outras medidas que assegurem dignidade aos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias até a recolocação no mercado de trabalho”.
A ideia da equipe de Lula é propor uma “mesa de negociação” com a participação de membros de seu eventual governo, empresários e trabalhadores.
No início de abril, em encontro com a CUT, Lula apontou para a necessidade de um documento único de reinvindicões para que fosse possível traçar uma estratégia de mobilização em torno da pauta.
Apesar do alinhamento com o projeto de Lula, a ideia é que o documento seja entregue a todos os candidatos à Presidência da República.
Esse é o segundo ato público de Lula com os representantes dos sindicatos neste mês de abril. O petista ainda pretende discursar na comemoração do 1º de Maio, em São Paulo, que é organizado pelo conjunto de centrais sindicais, entre elas a CUT, Força Sindical, CTB e UGT, que já decidiram apoio ao petista.
O ato está programado para ocorrer na Praça Charles Millet, em frente ao estádio do Pacaembu, com apresentações de Daniela Mercury, Leci Brandão, Dexter, DJ KL Jay e Francisco El Hombre.