Atlas/Intel: Lula tem 53,4% dos votos válidos; Bolsonaro, 46,6%
Pesquisa ouviu 7.500 eleitores de 26 a 29 de outubro. Margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos
atualizado
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Pesquisa Atlas/Intel divulgada neste sábado (29/10), véspera do segundo turno, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 53,4% dos votos válidos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 46,6%.
Lula mantém vantagem de 6,8 pontos percentuais sobre Bolsonaro, 0,4 ponto a mais em relação à última pesquisa, divulgada em 27 de outubro. É a maior distância entre o ex-presidente e o atual chefe do Executivo federal desde o início do segundo turno.
A pesquisa ouviu 7.500 eleitores entre os dias 26 e 29 de outubro, em 1.830 municípios. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-04838/2022.
Na rodada anterior, o petista aparecia com 53,2% dos válidos, e o mandatário da República com 46,8%. Os votos válidos desconsideram brancos e nulos. Esse é o procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
Pela legislação brasileira, um candidato a governador ou a presidente é considerado eleito se obtiver maioria absoluta dos votos. Ou seja, mais da metade dos votos válidos – excluídos os votos em branco e os nulos. Apesar de Lula aparecer com mais de 50% dos votos válidos, como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, não é possível afirmar que a disputa terminará no primeiro turno.
Votos totais
Em números totais, Lula tem 52,4% dos votos e Bolsonaro, 45,7%. Brancos e nulos somam 1,9%. No levantamento anterior, o petista aparecia com 52,4% dos votos, enquanto o candidato do PL tinha 46%. Brancos e nulos somavam 1,6%.
A Atlas/Intel foi a pesquisa que mais se aproximou dos resultados no primeiro turno das eleições de 2022. A previsão era de 48,3% para Lula e 41% para Bolsonaro. O resultado das urnas foi de 48,43% a 43,20% a favor de Lula.
O banco de dados utilizado pelo instituto foi a PNAD Contínua, de 2021. Outras empresas trabalharam com amostras mais antigas, como dados de 2018 de autoridades eleitorais ou dados ajustados do último Censo nacional disponível, de 2010.
Segundo pesquisadores da Atlas, amostras de banco de dados mais antigas parecem ter super-representado os mais pobres, que tendem a votar mais em Lula, e captado de forma insuficiente a religião, que pesa mais a favor de Bolsonaro.
A Atlas utiliza a metodologia de Recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), na qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em qualquer dispositivo (smartphones, tablets, laptops ou PCs).
Institutos sob investigação
Os resultados são divulgados em meio a uma nuvem de desconfiança sobre os institutos de pesquisa, incentivada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal (PF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) chegaram a abrir investigações para apurar a atuação das empresas durante a campanha eleitoral, mas foram suspensas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
O ministro chamou os procedimentos de “evidente usurpação da competência” do TSE e apontou “incompetência absoluta” e “ausência de justa causa” da PF e do Cade.
Parlamentares buscam, na Câmara dos Deputados e no Senado, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos. Ambos os requerimentos atingiram o mínimo de assinaturas necessárias; no entanto, não há previsão para instalação.
Em entrevista ao Metrópoles, na segunda-feira (24/10), Bolsonaro voltou a colocar dúvidas sobre a confiança nas sondagens. Segundo o mandatário, levantamentos feitos pela própria campanha apontam um empate técnico entre os presidenciáveis.
“Pessoal passa, meus técnicos, que a gente está num empate técnico. Mas eu sempre digo, não podemos confiar em pesquisas. Porque, coincidentemente, todas as pesquisas jogam contra mim desde 2018. E não foi diferente agora”, declarou em entrevista à diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan.
Em 2018, o último Datafolha antes do segundo turno apontava o atual presidente com 47% das intenções de voto contra 39% de Fernando Haddad (PT). Ao fim da eleição, Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos, e Haddad, 44,87%.