O Ipec (antigo Ibope) divulgou, nesta quinta-feira (5/10), sondagem eleitoral para o segundo turno da corrida ao Planalto. O levantamento é o primeiro divulgado após as críticas sobre a divergência entre o resultado real das urnas no domingo (2/10) e as projeções feitas por institutos de pesquisa na véspera do pleito.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 51% das intenções dos votos totais, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 43%. Brancos e nulos são 4%. E 2% dos eleitores dizem não saber em quem votar.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A consulta foi feita entre 3 e 5 de outubro e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o número BR-02736/2022.
Já em relação aos votos válidos, em que brancos, nulos e indecisos não são considerados, o petista tem 55%, contra 45% de Bolsonaro.
No primeiro turno das eleições, Lula teve 57,2 milhões de votos, o que equivale a 48,4% do eleitorado. Já o mandatário do país foi escolhido por 51,07 milhões de eleitores, o que significa 43,2% dos votos.
Rejeição
O presidente Bolsonaro apresenta maior rejeição entre os eleitores, de acordo com a pesquisa: 50% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Já 40% dos entrevistados têm aversão a Lula.
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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados
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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado
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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado
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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro
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