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Após ataque, deputado nega pedido de desculpas a Vera Magalhães

“Eu não me arrependo de absolutamente nada do que eu fiz hoje”, afirmou Douglas Garcia. Ele ainda disse que registrou BO contra a jornalista

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Reprodução/ Redes sociais
Deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP)
1 de 1 Deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) - Foto: Reprodução/ Redes sociais

O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) afirmou nesta quarta-feira (14/9) não se arrepender do ataque à jornalista Vera Magalhães, após debate organizado por Folha, UOL e TV Cultura.

Garcia afirmou também ter registado um boletim de ocorrência contra a jornalista.

“Eu não me arrependo de absolutamente nada do que eu fiz hoje. Se é para eu pedir desculpas para alguém, não é para jornalista nenhum. Eu tenho que pedir desculpas para o Tarcísio. Eu sou adulto, o Tarcísio é adulto”, afirmou o deputado, em vídeo publicado no Twitter.

Após o ataque, o próprio Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato a governador de São Paulo, pediu desculpas pelas agressões verbais do deputado à jornalista da TV Cultura.

“Lamento profundamente e repudio veementemente a agressão sofrida pela jornalista Vera Magalhães enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje. Essa é uma atitude incompatível com a democracia e não condiz com o que defendemos em relação ao trabalho da imprensa”, escreveu o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), também em rede social.

Entenda

Um debate para o governo de São Paulo, realizado na noite de terça-feira (13/9), acabou marcado por mais um ataque à jornalista Vera Magalhães.

Na imagem, é possível ver e ouvir que Magalhães e Garcia gravam as cenas com celulares e discutem. O deputado a acusa falsamente de receber R$ 500 mil anuais de salário da TV Cultura, quando, na verdade, a própria emissora divulgou o valor de R$ 22 mil mensais.

Garcia repete diversas vezes uma frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em um debate para a Presidência da República: “A senhora é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. Magalhães, que teve de sair escoltada por seguranças do local, repete que já publicou o contracheque, mas o parlamentar nega. Em alguns momentos, o deputado diz que está sendo agredido pela jornalista.

Na madrugada desta quarta-feira (14/9), Vera Magalhães publicou vídeo em que diz ter sido “agredida” por Garcia.

“Eu estava sentada na primeira fileira do debate, local destinado aos jornalistas que iriam fazer perguntas aos candidatos, quando esse senhor se ajoelhou na minha frente, começou a me filmar sem que eu percebesse, me xingar de ‘vergonha do jornalismo’, reproduzindo a fala do presidente Jair Bolsonaro no outro debate, dizendo que eu ganho R$ 500 mil por ano, quando isso não é verdade”, disse.

A profissional repete que o salário é de R$ 22 mil, que o contrato é público e o deputado tem acesso.

“Ele veio mentir novamente, me acossar, me intimidar, achar que com isso vai me calar, vai me deixar ter medo. Isso não é aceitável. O Brasil é uma democracia. Uma democracia pressupõe imprensa livre”, afirmou Magalhães.

A jornalista também lembrou da pergunta feita ao candidato Ciro Gomes no outro debate, em que o presidente teria aproveitado para, segundo ela, a agredir: “Desde então, eu estou sofrendo ataques violentos e virulentos de uma base do bolsonarista autorizada pelo presidente da República. Porque ele me atacou, e essa base se sente autorizada a repetir os ataques”.

A confusão no debate só terminou quando o diretor de redação da TV Cultura, Leão Serva, tomou o celular do deputado. Em vídeo, o profissional afirmou que agiu desse modo porque o deputado Garcia “já tem uma prática de perseguição” e assédio em relação a Vera Magalhães.

“Ele (Garcia) veio aqui, visivelmente, com a intenção de, como eles dizem, ‘lacrar’”, continuou Serva.

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