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Ao menos 1.288 políticos tentam novos cargos nas eleições de 2022

Entre os nomes, 1.064 vereadores buscam ascensão política para cargos da esfera estadual ou federal. Levantamento foi feito com dados do TSE

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Políticos almejam novos cargos nas eleições de 2022
1 de 1 Políticos almejam novos cargos nas eleições de 2022 - Foto: Gui Prímola/Metrópoles

Ao menos 1.288 políticos tentam conquistar novos cargos nas eleições de 2022, aponta levantamento realizado pelo Metrópoles com base em dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A maior parte dos políticos que buscam ascender de posição é formada por vereadores. São 1.064 representantes de Câmaras Municipais que concorrem para cargos estaduais ou federais.

Para realizar o levantamento, foram coletados dados de candidaturas deferidas ou aguardando julgamento no TSE. Candidaturas indeferidas ou indeferidas com recurso não foram consideradas.

Além disso, a reportagem selecionou candidatos que declararam cargos políticos como ocupação principal. Foram considerados nomes que informaram ser vereadores, prefeitos, deputados (distrital, estadual ou federal), senadores, governadores e presidente da República.

Também foram desconsiderados os candidatos que estão concorrendo à reeleição. A busca levou em conta apenas os políticos que buscam novos cargos, e que não tentam voltar ao posto que ocupam atualmente.

Novos postos

De acordo com os dados do TSE, a Presidência da República, cargo público mais alto do país, tem apenas uma candidata que declarou atividade política como ocupação principal: a senadora Soraya Thronicke (União).

Entre os candidatos ao cargo, há outros nomes que ocupam cargos políticos, como a senadora Simone Tebet (MDB), por exemplo. No entanto, Tebet preencheu o campo de ocupação no TSE como “advogada”.

Os dados também mostram que, entre os políticos que almejam uma vaga de governador ou vice-governador de estado, a maioria é formada por deputados: são 23 parlamentares das câmaras federal, estaduais ou distrital na disputa. Há, ainda, 16 senadores e quatro vereadores entre os postulantes.

Na disputa para senador, 26 dos postulantes com candidaturas deferidas ocupam cargos de deputado atualmente. Além disso, outros oito exercem mandato de vereador.

A busca por uma vaga na Câmara dos Deputados é almejada, principalmente, por vereadores: entre os concorrentes às vagas de deputado federal com candidatura deferida, 381 são representantes de câmaras municipais. Além disso, outros 113 são deputados estaduais ou distritais, e três são senadores.

A disputa estadual é marcada, principalmente, pelo grande número de vereadores: são 671 representantes de Câmaras Municipais que buscam uma vaga de deputado estadual. Outros 40 deputados federais ou distritais também almejam cadeiras nas Assembleias Legislativas do país. Um prefeito também está na disputa.

Ascensão

A tentativa de crescer na carreira política é natural e o trajeto começa, majoritariamente, em cargos municipais. O ponto de partida é o posto de vereador. Em entrevista ao Metrópoles, a cientista política Camila Santos explicou que os candidatos costumam escolher o cargo para se popularizar e construir capital político.

“Quando ele se torna um vereador, ganha um capital politico e consegue angariar mais capital conforme vai elevando sua posição, buscando cargos mais elevados. Sai de vereador, vai para deputado estadual e vai subindo. A maioria deles sempre almeja cargos no executivo estadual ou federal. Vemos muito senadoras que têm como foco final da carreira se tornar governador do estado, por exemplo”, explica.

A busca pelo cargo desejado pode levar anos, mas depende do desempenho do político com as bases eleitorais. “Isso vai depender do dinheiro que esse politico tem para investir em conseguir capital politico. Os que conquistam mais emendas para investir nas bases conseguem se mostrar mais para o publico e subir na carreira rapidamente. E aqueles que não conseguem recursos para investir nas suas bases têm mais dificuldades”, analisa a cientista política.

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Janela partidária: entre 3 de março e 1º de abril, deputadas e deputados federais, estaduais e distritais poderão trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato
Transferência do título: em 4 de maio vence o prazo para que eleitores realizem operações de transferência do local de votação e revisão de qualquer informação do Cadastro Eleitoral
Quem tem mais de 18 anos e ainda não possui título eleitoral também tem até 4 de maio para solicitar a emissão do documento pelo sistema TítuloNet
Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que queiram votar em outra seção ou local de votação têm entre os dias 18 de julho e 18 de agosto de 2022 para informar à Justiça Eleitoral
Quantitativo do eleitorado: em 11 de julho, o TSE publicará o número oficial de eleitores aptos a votar. O quantitativo serve de base para fins de cálculo do limite de gastos dos partidos e candidatos nas respectivas campanhas
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Janela partidária: entre 3 de março e 1º de abril, deputadas e deputados federais, estaduais e distritais poderão trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato

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Transferência do título: em 4 de maio vence o prazo para que eleitores realizem operações de transferência do local de votação e revisão de qualquer informação do Cadastro Eleitoral

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Quem tem mais de 18 anos e ainda não possui título eleitoral também tem até 4 de maio para solicitar a emissão do documento pelo sistema TítuloNet

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Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que queiram votar em outra seção ou local de votação têm entre os dias 18 de julho e 18 de agosto de 2022 para informar à Justiça Eleitoral

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Quantitativo do eleitorado: em 11 de julho, o TSE publicará o número oficial de eleitores aptos a votar. O quantitativo serve de base para fins de cálculo do limite de gastos dos partidos e candidatos nas respectivas campanhas

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Composição da mesa receptora de votos: entre 5 de julho e 3 de agosto, serão nomeados os eleitores que farão parte das mesas receptoras de votos e de justificativas. Também serão escolhidas as pessoas que darão apoio logístico nos locais de votação

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Convenções partidárias e registros de candidatura: é nesse período que os partidos fazem deliberações sobre com quem vão coligar e escolhem seus candidatos oficiais às eleições

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Voto em trânsito: eleitores que estarão fora de suas regiões de votação na data da eleição podem solicitar entre 12 de julho e 18 de agosto o voto em trânsito, indicando em que cidade estarão no dia do pleito

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Propaganda eleitoral: a realização de comícios, distribuição de material gráfico, caminhadas ou propagandas na internet passam a ser permitidas a partir do dia 16 de agosto

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Data da eleição: o primeiro turno do pleito acontecerá no primeiro domingo de outubro, dia 2. Um eventual segundo turno será realizado no dia 30 do mesmo mês. A votação começará às 8h e terminará às 17h, quando serão impressos os boletins de urna

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Datas de posse: para os cargos de presidente e vice-presidente da República, bem como de governador, a posse ocorre em 1º de janeiro de 2023. Parlamentares assumem os mandatos em 1º de fevereiro

Agência Brasil

Movimento contrário

Apesar de o movimento de “subir” na carreira política ser mais visível, o caminho contrário também existe. De acordo com os dados do TSE, há três senadores que almejam cargos de deputado federal. Além disso, um prefeito busca vaga de deputado estadual, e 40 deputados federais ou distritais almejam cadeiras em Assembleias Legislativas.

O movimento de ascensão é chamado de “ambição progressiva”, explica o cientista político Lúcio Remuzet, professor da Universidade de Brasília (UnB). No entanto, apesar de menos frequente, a volta para cargos hierarquicamente inferiores existe e é uma medida estratégica adotada pelos políticos.

“Você vê políticos saindo do nível federal e indo para o municipal, ou um senador que na eleição seguinte se candidata a deputado. Isso ocorre muito porque a pessoa avalia os riscos de se concorrer a um cargo maior, e pesa isso com relação aos custos da campanha, aos riscos de não vencer”, avalia o professor.

Segundo Lúcio, a ação é estratégica. “O político vai para um cargo com menos recursos, menos orçamento que o outro, mas continua para se manter ativo na política. Isso demonstra uma preocupação com a sobrevivência eleitoral, e pesa na escolha do cargo. É uma matemática na ciência política e na vida dos candidatos”, analisa.

 

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