Ao lado de Michelle, Bolsonaro participa de evento voltado às mulheres
Ida ao ato no Rio Grande do Sul é estratégia para reverter rejeição do eleitorado feminino às vésperas do primeiro turno das eleições
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste sábado (3/9), de agenda de campanha pela reeleição em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Mirando o eleitorado feminino, o mandatário do país compareceu a um evento voltado para mulheres conservadoras e organizado pela bancada feminina do PL gaúcho.
Uma das organizadoras do ato, intitulado “Mulheres pela vida e pela família”, é a esposa do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), Denise Lorenzoni. O ex-deputado federal também espera que a presença do presidente no ato possa o projetar nas pesquisas de intenção de voto para o governo do estado.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nessa sexta (2/9), Onyx está em segundo lugar na corrida eleitoral, com 24% das intenções de voto. Quem lidera a disputa é o ex-governador do estado Eduardo Leite (PSDB), que concentra 38% dos votos válidos.
Além do casal, Bolsonaro esteve acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), que mira uma vaga no Senado pelo Distrito Federal.
A ida do presidente ao evento é uma estratégia da campanha do bolsonarista para demover a rejeição do presidente junto às eleitoras mulheres.
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Polêmica com jornalista
Recentemente, durante debate na Band, o presidente foi pivô de uma polêmica envolvendo a jornalista Vera Magalhães, que foi alvo de ataques do mandatário do país.
Na ocasião, ao ser questionado sobre a queda da cobertura vacinal por conta das informações divulgadas por ele, o candidato afirmou: “Vera, não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”.
“Narrativa”
A fala repercutiu negativamente entre o eleitorado feminino, que já concentrava elevada rejeição ao liberal. Dias depois do ataque, Bolsonaro buscou afagar as eleitoras ao afirmar, em sabatina na RedeTV!, que tem “carinho e consideração pelas mulheres” e que dizer que ele as trata mal é uma “narrativa” da oposição.
“É uma narrativa, como se eu não gostasse de mulheres. Eu trato as mulheres com carinho, com consideração. Isso não passa de uma narrativa contra mim. O pessoal joga e tem gente que compra essa ideia”, disse Bolsonaro à emissora. “Se você for ver o outro candidato, aí você vai ver as contradições nessa questão de tratar as mulheres”, completou, numa referência ao ex-presidente Lula (PT).