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Ao deixar cargo, Doria dá tom de campanha a evento do governo de SP

Seminário Municipalista, no Palácio dos Bandeirantes, foi semelhante a evento de campanha; oposição acusa tucano de violar regras eleitorais

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Pablo Jacob /Governo de São Paulo/Divulgação
João Doria
1 de 1 João Doria - Foto: Pablo Jacob /Governo de São Paulo/Divulgação

São Paulo Com direito a ser carregado no colo por apoiadores e gritos de “Brasil, pra frente, Doria presidente”, João Doria (PSDB) deu o primeiro grande passo na corrida ao Palácio do Planalto. Após algumas horas de drama e incertezas, ele por fim anunciou que seria candidato e deixou o governo de São Paulo nas mãos de seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB).

O tucano usou o Auditório Ulysses Guimarães, que cabe ao menos mil pessoas, para também lançar sua pré-candidatura em definitivo. O evento teve tom e imagem de campanha, apesar de essas só serem permitidas oficialmente a partir de agosto. Até lá, pela Justiça eleitoral, todos são pré-candidatos e atos que peçam votos são considerados campanha antecipada.

 

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Rodrigo Garcia é atual governador de São Paulo. Ele é o pré-candidato a governador do estado pelo PSDB, e conta com apoio também do União Brasil e do MDB.
Recentemente, porém, ganhou apoio de boa parte do PL, principalmente prefeitos e vice-prefeitos de cidades do interior.
João Doria
João Doria, quando renunciou ao governo paulista, em 2022
João Doria (PSDB)
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João Doria e Rodrigo Garcia

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Rodrigo Garcia é atual governador de São Paulo. Ele é o pré-candidato a governador do estado pelo PSDB, e conta com apoio também do União Brasil e do MDB.

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Recentemente, porém, ganhou apoio de boa parte do PL, principalmente prefeitos e vice-prefeitos de cidades do interior.

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João Doria, quando renunciou ao governo paulista, em 2022

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João Doria (PSDB)

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Na plateia, uma audiência expressiva: segundo Doria, havia 619 dos 645 prefeitos do estado. Mais uma multidão de aliados políticos, amigos, familiares, secretários e funcionários do Palácio. O evento também foi transmitido no YouTube e nas redes sociais do governo.

Oficialmente, tratou-se de um Seminário Municipalista. Na prática, foi semelhante a um evento de campanha. Doria iniciou seu discurso ouvindo centenas de presentes gritarem “Brasil, pra frente, Doria presidente”. Antes, foi exibido um vídeo institucional de cerca de 10 minutos com propaganda de todos os feitos do tucano durante a gestão.

Vacina, aumento do orçamento, escolas de tempo integral, redução de homicídios e letalidade policial, obras retomadas, privatizações e investimentos em estradas foram alguns dos itens citados. No discurso, gastou parte agradecendo – à família, aos secretários, aos outros Poderes, a Deus – e chorou ao falar de seu pai e da Ditadura Militar.

Depois adotou tom mais entusiasmado. “Sim. Serei candidato à Presidência da República pelo PSDB”, disse Doria, para que não restasse nenhuma dúvida.

Segurou uma bandeira do Brasil, criticou a “polarização e populismo” de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  “Nem Bolsonaro nem Lula têm a confiança da maioria dos brasileiros, estamos numa disputa de rejeitados. A desaprovação de um e de outro é quem aumenta o voto em um ou no outro. Agora o voto tem que ser a favor do Brasil”, afirmou.

“Obrigado a todos vocês, a omissão é a fantasia dos covardes, a coragem é a marca dos líderes”, prosseguiu.

Ao fim, saiu uma chuva de papel picado do palco e ele foi carregado no colo até a saída por Marco Vinholi, presidente estadual do PSDB, e outros aliados. Foi encurralado por apoiadores e prefeitos que pediam fotos, em um clima de festa digno de ato eleitoral.

Acabado o evento, rapidamente oposição se movimentou para acusar o evento de promover campanha eleitoral. O deputado Paulo Fiorilo (PT) afirmou que vai representar contra Doria no Ministério Público Eleitoral (MPE-SP) “por usar espaço e evento institucional para lançar pré-candidatura e fazer propaganda eleitoral antecipada”.

Segundo o deputado, João Doria utilizou um evento de sua agenda como governador para fazer o ato em violação ao artigo 36-A da Lei 9504/97 (Lei das Eleições). “É um absurdo utilizar uma reunião oficial, em ambiente oficial, que é o Palácio dos Bandeirantes, como palanque eleitoral. É preciso investigar se ocorreu abuso e uso da máquina administrativa”, afirma o deputado.

 

 

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