Alvo de ataques, Manuela D’Ávila desiste de candidatura ao Senado
A ex-deputada retirou seu nome da disputa na qual aparecia em segundo lugar, atrás do vice-presidente Hamilton Mourão
atualizado
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A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) desistiu nesta sexta-feira (27/5) de disputar uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul. A informação foi publicada na coluna de Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora, e confirmada por dirigentes do PCdoB ao Metrópoles.
A desistência de Manuela se dá em um contexto de disputa acirrada entre a candidatura dela, de esquerda, e demais candidaturas de partidos de direita, como a do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), e da ex-senadora Ana Amélia (PSD).
O fato de haver apenas uma vaga ao Senado, segundo membros do partido, pesou. Houve um cálculo de que haveria poucas chances na disputa com o campo da direita, que, na avaliação do PCdoB, tende a aglutinar votos no vice-presidente para derrotar Manuela.
Violência política
Além disso, Manuela tem se queixado com frequência de ser alvo de ataques de conservadores e de ser vítima de violência política.
Em 2020, quando a ex-deputada disputou a Prefeitura de Porto Alegre, ela precisou recorrer à polícia para investigar ameaças à filha, que, na época, tinha apenas 5 anos.
Esquerda desunida
Outro motivo levado em consideração, de acordo com fontes do partido, é que não se conseguiu uma união da esquerda no Rio Grande do Sul capaz de fazer frente às candidaturas de direita ou de centro.
De acordo com recentes consultas, Mourão lidera a corrida pelo Senado, com 22,7% das intenções de voto. Manuela vinha en segundo, com 20,5%, empatada com a ex-senadora Ana Amélia (PSD), que apareceu com 20,4%.
À coluna, Manuela mencionou seu esforço em construir um palanque único para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estado, no entanto não obteve sucesso em unir em uma só chapa Edegar Pretto (PT), Beto Albuquerque (PSB) e Pedro Ruas (PSol). Os três podem caminhar em palanques distintos.
A desistência de Manuela ocorre poucos dias antes da chegada de Lula ao Rio Grande do Sul. O petista cumprirá uma agenda política de pré-candidatura em Porto Alegre e em Novo Hamburgo nas próximas terça (1/6) e quarta-feira (2/6).