Alckmista no PSB defende nome de Márcio França para governo de SP
Para aliado do ex-governador, federação entre PSB, PT, PV e PCdoB prejudica alianças nos estados e deve ser descartada
atualizado
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De chegada no PSB depois de deixar o ninho tucano, o ex-deputado estadual Pedro Tobias, aliado do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin tem atacado a formação de uma federação com o PT. O grupo alckmista desembarca na legenda com uma postura de reforço à candidatura de Márcio França (PSB) ao governo paulista – um dos pontos que complicam a união com o PT, já que o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
Na próxima quinta-feira (10/3), o PSB acertará com os novos filiados todos os detalhes da chegada de Alckmin, que está prevista para o dia 20 de março e deverá contar com a presença de Lula. O evento deverá selar a chapa Lula/Alckmin para a corrida presidencial deste ano.
Tobias já definiu que acompanhará Alckmin em sua mudança para o PSB. Durante os anos em que Alckmin governou o estado, ele foi presidente estadual do PSDB paulista, um dos aliados mais próximos do ex-grão-tucano e encara agora a mudança para a nova legenda junto com o ex-governador.
“Não vai ter federação”
Ele se mostrou cético em relação à viabilidade de uma federação com o PT e acredita que a aliança se limitará a uma coligação formal. “Federação não vai ter”, disse ao Metrópoles.
“Vai ter coligação. Federação serve mais para partido pequeno que precisa sobreviver”, avaliou. “Vai ter coligação, e cada partido toca a vida nos estados”, descartou Tobias, que também chega ao PSB defendendo França como cabeça de chapa, em contraposição a uma candidatura liderada por Fernando Haddad no campo da esquerda.
“A ideia é ter França ao governo de São Paulo. Ele soma muito no interior. Muito mais que Haddad”, destacou Tobias.
No próximo dia 12 de março, o PSB paulista fará sua convenção estadual na qual pretende definir a candidatura de França.
Alckmin foi filiado ao PSDB por 33 anos, partido que ajudou a criar. Em dezembro de 2021, anunciou sua saída do partido depois da escolha de João Doria como candidato à Presidência da República.
Apesar de confirmações por parte do PSB e por parte de aliados do ex-tucano, Alckmin adotou nesta segunda-feira nas redes sociais uma postura comedida em relação ao seu destino político.
Hoje pela manhã tomei um bom café com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ao lado de João Campos, Márcio França e Jonas Donizete.
A reunião foi muito produtiva e provou haver convergência política e vontade de união em benefício do país.
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) March 7, 2022
A definição da filiação e da candidatura se deu em uma reunião em um hotel em São Paulo com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e com outros nomes da legenda, como o prefeito do Recife, João Campos, e com o ex-governador Márcio França.
Lista de candidatos
Outro aliado de Alckimin que ainda avalia sua entrada no PSB é o ex-deputado federal Sílvio Torres. Ele também deixou o PSDB após a vitória de João Doria nas prévias para a escolha da candidatura tucana ao Planalto.
Na opinião de Torres a possibilidade de uma federação com o PT poderá ser prejudicial para o PSB na estratégia de lançar nomes para deputados federais.
O ex-deputado ainda defende aguardar a definição sobre a federação para decidir se irá acompanhar o ex-governador. Na conta feita por Torres, com a federação, o PSB de São Paulo teria que descartar pelo menos 50 nomes da lista de candidatos ao Legislativo federal. Desta forma, em sua opinião, a junção não seria vantajosa para o PSB.
Antigo aliado de Alckmin no PSDB, o deputado Vanderley Macris decidiu permanecer no partido. Vice-presidente do PSDB paulista, Macris informou que considera equivocada a saída do ex-governador do partido. “Eu respeito a vontade dele, mas acho que se trata de um equívoco. Eu permanecerei no PSDB, partido que ajudei a criar”, informou.