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Alckmin mira Bolsonaro em discurso: “Só improvisa, se omite e destrói”

Ex-governador de São Paulo teve nome chancelado pelo PSB para chapa com Lula (PT) em convenção partidária realizada nesta tarde

atualizado

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Gustavo Moreno/Metrópoles
Na foto Lula a, presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin com as mãos para cima durante convenção
1 de 1 Na foto Lula a, presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin com as mãos para cima durante convenção - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) mirou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu primeiro discurso após a oficialização de sua candidatura a vice-presidente na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O paulista teve o nome chancelado pelo seu partido em convenção realizada nesta sexta-feira (29/7), em hotel de luxo, em Brasília (DF).

Alckmin iniciou a fala ironizando o apelido que recebeu de “picolé de chuchu”. “Quero aqui trazer uma garantia: dizer aos plantadores de chuchu que eles não serão esquecidos. Companheiros e companheiras, viemos aqui hoje para promover uma grande confraternização, a confraternização da esperança com o futuro e a esperança tem nome: Lula. E o futuro do Brasil é a realização desta esperança, que, se Deus quiser, com o apoio e força de todos nós, haverá de se realizar já no dia 2 de outubro”, introduziu.

O candidato ao Palácio do Jaburu cobrou uma “união em torno de Lula”. “Unidos, livres e determinados a livrar o Brasil do fanatismo político; das ameaças do bolsonarismo ao estado democrático de direito; da ruinosa política econômica que pôs o Brasil de volta ao mapa da fome, que trouxe de volta a inflação, que empobreceu, marginalizou milhões de brasileiros; inviabilizou negócios, investimentos e empregos. Já passou a hora de darmos um basta à incompetência e à irresponsabilidade de um governo que não sabe cuidar propriamente do seu povo, que é incapaz de prever, prover e promover. Bolsonaro só improvisa, se omite e destrói”, disse.

“Jogo da mentira”

O ex-governador paulista também rebateu os recentes ataques do atual presidente ao sistema eleitoral. “É hora de darmos um basta nas ameaças à nossa democracia. Não vamos jamais abrir mão do nosso direito de escolher livremente quem deve governar o país”, defendeu.

“Quem alega fraude tem de provar e quem não prova tem de ser punido pela farsa de acusar. Não vamos cair no jogo da mentira, não vamos nos render às manhas e aos desvarios de um presidente que não quer voltar para a casa. É hora de Bolsonaro ir embora por todo mal que causou ao país. É hora de ir embora e com ele as ameaças, a bagunça e a incompetência”, completou.

Alckmin ainda acusou Bolsonaro de articular “um plano ardiloso contra a democracia”. “Seu tempo acabou, suas ideias e seus conceitos não servem ao país. E as urnas terão de livrar todo o Brasil do mal que ele causou”, enfatizou.

Antes, o presidenciável mirou as falas do mandatário do país em defesa dos “valores da família”. “Bolsonaro se vangloria de defender os valores da família, mas, de verdade, ninguém fez mais para arruinar a estabilidade da vida familiar neste país do que o seu próprio governo. Bolsonaro tem de ir embora, sobretudo porque é o mais irresponsável, imprudente e incompetente presidente que o Brasil já teve”.

Chapa oficializada

Nesta sexta, o PSB chancelou por aclamação a candidatura de Alckmin para vice na chapa do ex-presidente Lula. A convenção partidária contou com a participação do petista, em gesto do presidenciável para tentar amenizar as disputas entre as legendas coligadas às vésperas do início da campanha eleitoral.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que as divergências entre candidaturas estaduais são “questões pontuais” e decorrem de “projetos distintos em alguns estados”.

“Essa é a mais importante coligação que o PSB participa desde a sua reconstrução. A disputa presidencial se afigura entre democracia e autoritarismo, entre civilização e barbárie. Neste contexto, em que pese questões pontuais e projetos distintos em alguns estados, a luta em favor da plenitude democrática une de forma sólida os partidos que compõem o campo progressista em apoio incondicional a Lula e Alckmin”, defendeu.

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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro
A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos

Band/Reprodução
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula

Filipe Cardoso/ Metrópoles
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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro

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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República

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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país

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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista

Igo Estrela/Metrópoles
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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDB

Divulgação/ Ricardo Stuckert
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Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi Hoffmann

Fábio Vieira/Metrópoles

A reunião ocorre uma semana após o PT oficializar a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Na ocasião, o partido optou por uma convenção mais “protocolar” e sem a presença dos integrantes da chapa. Neste mesmo dia, Lula e Alckmin cumpriam agenda em Recife (PE).

O PSB, por sua vez, decidiu pela realização de um grande ato em um hotel de luxo na capital federal, que teve a segurança reforçada para o evento. Como tem sido de praxe nos eventos com a presença de Lula, todos os jornalistas credenciados para cobrir a cerimônia precisaram passar por detectores de metais, além de revistas pessoais.

Com o nome oficializado, Alckmin passará a cumprir agenda pelo interior do país e demover a rejeição do petista em setores como o agronegócio e o empresariado.

“Governo quebrou a cara”

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que o ato marca a “construção de uma grande unidade em torno de um grande programa para o Brasil”. “É uma alegria estar aqui porque esse é um processo de construção da unidade em defesa da democracia. PT e PSB já caminharam juntos por muito tempo, em muitas caminhadas e por muitas lutas, mas nem sempre estiveram juntos em todas eleições. Mas nos segundos turnos sempre estávamos juntos lá para garantir governos democráticos, populares e progressistas”, lembrou a deputada.

“Nestas eleições, ninguém titubeou. Apesar das divergências que trazíamos dos nossos embates, vimos a necessidade de estarmos juntos para enfrentar o que o Brasil está passando”, completou a petista.

A representante da sigla aproveitou a oportunidade para provocar Bolsonaro com o resultado da pesquisa de intenção de votos divulgada pelo instituto Datafolha. O levantamento aponta Lula na liderança pela preferência do eleitorado brasileiro. A diferença do petista para o atual presidente é de 18 pontos percentuais, de acordo com o estudo.

“Nós temos quem pode oferecer respostas imediatas para o povo brasileiro, e não respostas eleitoreiras como o governo que está aí, achando que pode comprar votos e que ontem quebrou a cara com a pesquisa que saiu, porque ele não pode comprar voto, não. Não se compra voto do povo brasileiro. O povo brasileiro entende o que são projetos, programas e está alerta nisso”, finalizou Gleisi.

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