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A um mês das eleições, União lidera disputa por governos em 7 estados

Segundo levantamento do Metrópoles, depois do União Brasil, o MDB é o partido que mais tem candidatos à frente das corridas estaduais

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1 de 1 arte_partidos_eleicoes Grande - Foto: Arte/Metrópoles

A um mês das eleições, o panorama das disputas estaduais começa a ficar mais definido para o eleitorado brasileiro. Segundo um levantamento feito pelo Metrópoles com base em pesquisas de intenção de voto divulgadas pelo Instituto Ipec na última semana, o União Brasil é o partido que mais tem candidatos à frente das corridas estaduais. A reportagem considerou todas as 27 unidades da Federação. 

Ao todo, o União Brasil lidera a disputa em sete estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Rondônia. O partido foi criado em 2021, resultado da fusão entre PSL e DEM – uma estratégia “muito bem acertada”, segundo Rodolfo Tamanaha, professor de ciências políticas do Ibmec Brasília.

“Foi uma sigla que conseguiu, em várias circunstâncias, abocanhar a maior parte do Fundo Eleitoral e, por conta disso, passou automaticamente a ter uma relevância gigantesca no cenário eleitoral”, explica o docente.

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Segundo a lei, para se associar em federações, os partidos deverão aprová-las por maioria absoluta das respectivas direções e, ao solicitar o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), precisarão ter um programa comum
O TSE determinou que a cota de gênero nas candidaturas proporcionais deve ser atendida tanto pela lista da federação quanto pelos partidos que a compõe, evitando, dessa forma, que as candidaturas femininas sejam concentradas nos partidos que menos recebem recurso
Um dos pontos da lei, no entanto, é o seguinte: se firmadas, as federações não poderão ser desfeitas depois da disputa eleitoral e terão de funcionar pelo período mínimo de quatro anos. Além disso, as entidades devem agir, no Parlamento, como uma única bancada
Devido a isso, além das federações consolidadas valerem para os cargos eletivos de 2022, também valerão na hora de lançar candidatos para vereador nas eleições municipais de 2024, uma vez que a duração é de, pelo menos, quatro anos e são válidas tanto para eleição majoritária quanto para a proporcional
Este mecanismo interessa, sobretudo, aos partidos menores por causa da ameaça da cláusula de barreira, que limita acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV às siglas que não atingirem um mínimo de votos nas eleições. Com a federação, as siglas somam o desempenho de todos os candidatos
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A Lei nº 14.208, sancionada em 2021, regulamentou a criação de federações partidárias no Brasil. Agora, passa a ser permitido que dois ou mais partidos políticos se unam para disputar as eleições

Guilherme Prímola/Arte/Metropoles
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Segundo a lei, para se associar em federações, os partidos deverão aprová-las por maioria absoluta das respectivas direções e, ao solicitar o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), precisarão ter um programa comum

Igo Estrela/Metrópoles
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O TSE determinou que a cota de gênero nas candidaturas proporcionais deve ser atendida tanto pela lista da federação quanto pelos partidos que a compõe, evitando, dessa forma, que as candidaturas femininas sejam concentradas nos partidos que menos recebem recurso

Igo Estrela/Metrópoles
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Um dos pontos da lei, no entanto, é o seguinte: se firmadas, as federações não poderão ser desfeitas depois da disputa eleitoral e terão de funcionar pelo período mínimo de quatro anos. Além disso, as entidades devem agir, no Parlamento, como uma única bancada

Igo Estrela/Metrópoles
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Devido a isso, além das federações consolidadas valerem para os cargos eletivos de 2022, também valerão na hora de lançar candidatos para vereador nas eleições municipais de 2024, uma vez que a duração é de, pelo menos, quatro anos e são válidas tanto para eleição majoritária quanto para a proporcional

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Este mecanismo interessa, sobretudo, aos partidos menores por causa da ameaça da cláusula de barreira, que limita acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV às siglas que não atingirem um mínimo de votos nas eleições. Com a federação, as siglas somam o desempenho de todos os candidatos

Hugo Barreto/Metrópoles
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De acordo com especialistas, partidos menores têm na federação algo que pode lhe garantir a sobrevivência, além de não precisam abrir mão de muita coisa para entrar. Já os partidos grandes, que têm alternativas, abrem mão de muita coisa

Igo Estrela/Metrópoles
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Segundo a lei, caso um partido deixe a federação depois de formalizada, ou seja, antes do prazo de quatro anos, não poderá ingressar em outra federação, não poderá celebrar coligação majoritária nas duas eleições seguintes e não poderá utilizar o Fundo Partidário durante o período em que deveria estar na federação

Gustavo Moreno/Metrópoles
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A exceção a essa regra ocorre no caso de a federação ser extinta porque os partidos que a compõem vão se fundir ou porque um deles vai incorporar os demais

Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
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Outro ponto é: um parlamentar eleito só pode sair do partido e da federação por justa causa, cujos casos estão previstos na lei eleitoral. Caso contrário, o político estará sujeito a penalidades

Igo Estrela/Metrópoles

Já o MDB é a segunda legenda com o maior número de candidatos à frente das pesquisas eleitorais nos estados – Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Pará. A sigla é considerada da “velha guarda” na política brasileira. Apesar disso, a influência do partido continua grande.

Tamanaha relaciona o bom desempenho do MDB à experiência política do partido – que, apesar de não integrar oficialmente o chamado Centrão, em negociações estratégicas costuma estar alinhado ao governo federal. “Isso demonstra a grande habilidade que o Centrão tem de fazer política sem necessariamente se vincular com o posicionamento de Bolsonaro ou de Lula, por exemplo”, pontua.

“O Centrão, afinal de contas, gosta de disputar as eleições estaduais e indicar pessoas para cargos. Por isso que ele tem essa maleabilidade. Se Lula de fato for eleito, o Centrão rapidamente vai poder negociar com ele uma posição. E, se for o caso de uma reeleição do Bolsonaro, a gente deve ver o Centrão renovar [a parceria com o presidente] ou até aumentar a régua para continuar apoiando o governo”, acrescenta o especialista.

Em terceiro lugar entre partidos com mais candidatos no topo das pesquisas eleitorais, aparece o PSB, que hoje lidera a corrida nos estados do Espírito Santo, do Maranhão e da Paraíba. A legenda integra a coligação do PT, sigla de Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa o Palácio do Planalto contra Jair Bolsonaro, do PL.

Partidos como Novo, PSD e PSDB estão na lanterna das pesquisas eleitorais, liderando em apenas um estado cada um. Os estudos utilizados nesta reportagem podem ser acessados aqui.

Abaixo, veja como está a situação em cada estado:

Coligações de Lula e Bolsonaro

De forma individual, as siglas de Bolsonaro e Lula patinam na corrida pelas lideranças estaduais em relação ao União Brasil, por exemplo. Atualmente, o PL comanda as pesquisas eleitorais nos estados do Rio de Janeiro – reduto eleitoral do atual presidente da República – e de Sergipe. Já o PT tem a liderança no Rio Grande do Norte e em São Paulo. 

Apesar disso, se consideradas as coligações criadas pelos dois partidos, a situação é diferente. A coligação “Pelo Bem do Brasil”, que reúne PP, PL e Republicanos, aparece com seis candidatos à frente das corridas estaduais:

  • PP: Acre e Roraima
  • PL: Rio de Janeiro e Sergipe
  • Republicanos: Santa Catarina e Tocantins 

Já a coligação de Lula, “Brasil da Esperança”, que tem PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSol, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros em sua composição, tem a liderança de sete estados, segundo as pesquisas eleitorais: 

  • Solidariedade: Amapá e Pernambuco
  • PSB: Espírito Santo, Maranhão e Paraíba
  • PT: Rio Grande do Norte e São Paulo 

Professor de ciências políticas do Ibmec Brasília, Rodolfo Tamanaha chama a atenção para a possibilidade de que o cenário estadual indique os rumos da disputa nacional. “Eu acho que a polarização nacional se replica em certa medida também nos estados. A eleição estadual é, sim, importante para as pessoas que moram ali na região, mas a grande política é a eleição presidencial. Então, necessariamente, isso acaba influenciando e é algo natural”, avalia.

“O que se tem nas eleições atuais é que ou você é ‘lulista’ ou ‘bolsonarista’. A partir disso, você cola essas marcas nos outros candidatos — no caso, no nível estadual — para refletir no cenário nacional, contribuindo para um ambiente cada vez mais polarizado”, conclui Tamanaha.

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