PSol espera apoio discreto de Lula a Boulos no 2º turno em São Paulo
No PT, a decisão é de que o apoio ao candidato do PSol será coordenado pelo candidato derrotado do partido, Jilmar Tatto
atualizado
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O PSol espera do PT o apoio discreto do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para seu candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, que passou para o segundo turno com 1.080.736 votos (20,24%) e disputa com o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), que obteve 1.754.013 votos (32,85%).
De acordo com integrantes do partido, a intenção é manter a aura de “nova esquerda” atrelada à legenda e ainda evitar que o ex-presidente ofusque o candidato. Segundo lideranças do PSol, A campanha de Boulos quer evitar a “substituição” do candidato pelo tamanho da imagem do ex-presidente.
No PT, o apoio está mais que garantido. Da mesma forma, o partido de Lula já definiu que quem vai coordenar esse apoio será o próprio Jilmar Tatto, e que a ordem é não “apear do caminhão”, ou seja, seguir o ritmo que estava na campanha própria da sigla.
Na manhã desta segunda-feira (16/11), Boulos disse em agenda numa comunidade carente da cidade que contará com Lula e com outras lideranças em sua campanha.
“Quero construir neste segundo turno uma frente em defesa da justiça social, do combate à desigualdade em São Paulo. Nessa frente eu espero poder contar com muitas lideranças. Lideranças nacionais, da cidade, de movimentos sociais, partidos políticos do campo progressista, comprometidos com o povo. Entre eles, o presidente Lula, mas muitas outras lideranças que tenham compromisso com o projeto que estamos apresentando em São Paulo, de combater as desigualdades, fazer a periferia ter voz e vez”, disse o candidato, ao visitar a comunidade Morro da Lua, onde reafirmou seu compromisso com a necessidade de moradia popular.
Também nesta segunda-feira (16/11), o ex-presidente, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e Tatto, almoçaram juntos em São Paulo para definir detalhes da campanha. Antes, pela manhã, Gleisi e Tatto já tinham conversado com Boulos para acertar as condições.
A coordenação do apoio nas mãos de Tatto serve a dois propósitos: um deles é desfazer qualquer mal-estar interno sobre a defesa de sua candidatura. Outro, é potencializar a transferência de votos para Boulos.
Para o PSol, essa estratégia é vantajosa porque, embora Tatto tenha perdido as eleições e ficado em 6º lugar, ele não desidratou totalmente. O PSol vislumbra nesse ponto um poder maior de transferência dos 8,65% dos votos, o equivalente a 461.666 votos.
PDT/PSB
O PSol espera ainda um apoio formal do PDT em São Paulo, o que deve juntar Ciro Gomes e Lula no mesmo palanque, mesmo que virtualmente. Tanto Ciro quanto o presidente do PDT, Carlos Lupi, já apontaram preferência pela candidatura de Boulos, embora o apoio ainda não esteja decidido pela legenda. Isso deverá ocorrer nesta terça-feira (17/11)
Já as conversas com o PSB também estão ocorrendo. Há possibilidade de apoio da legenda, abrindo a brecha para que o candidato Márcio França se mantenha neutro. França é considerado um “quase tucano” na política paulista e avalia que, com apoio aberto a Boulos, pode perder parte de sua base eleitoral.
Por outro lado, o PSB praticamente já descarta apoio o a Bruno Covas. Na avaliação de membros do partido, França se posicionou no primeiro turno como o principal opositor de Doria na cidade, dois anos após a disputa entre ambos pelo governo estadual.