Para Guilherme Boulos, Covas adota a mesma estratégia do bolsonarismo
Boulos rebate a pecha de “extremista” usada por Covas em discurso na noite de domingo, logo após a confirmação do segundo turno
atualizado
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São Paulo – No primeiro dia da campanha de segundo turno em São Paulo, Guilherme Boulos (PSol) tomou café com apoiadores e imprensa, nos arredores de sua casa, no Campo Limpo, zona sul da capital paulista.
O candidato retrucou o rótulo de extremista que Bruno Covas lhe atribuiu em discurso de vitória, na noite de domingo (15/11).
“Esse discurso de me chamar de extremista e de radical é o discurso do bolsonarismo, é o discurso do ódio. Que o Bruno Covas tenha aderido a isso por conveniência eleitoral só o diminui. Isso tá acontecendo porque ele quer o voto bolsonarista. É triste ver o Bruno Covas cair nessa cilada”, afirmou.
A estratégia de Boulos é seguir no discurso de que Bruno Covas seria apenas um testa de ferro do governador João Doria (PSDB), que seria de fato quem “desgoverna” a cidade.
“O Bruno Covas está representando um projeto político que não é dele, é do João Doria, que abandonou essa cidade”, declarou Boulos.
Na manhã desta segunda-feira (16/11), Doria foi explícito durante sua tradicional entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes sobre usar na campanha a estratégia de colar em Boulos a imagem de fora da lei. “Somos muito diferentes, nós não invadimos propriedade, nós protegemos propriedade”, disparou o tucano, que disse ter confiança na reeleição de Covas, seu aliado.
As declarações de Guilherme Boulos sobre Covas foram dadas no Morro da Lua, localidade dentro do Campo Limpo, onde o candidato mora, mas às margens do Morumbi, bairro nobre da zona sul. O local é considerado representativo pelo ativista sem-teto. Foi no local que o PSol lançou oficialmente sua candidatura, em 5 de setembro.
1/ Hoje eu e Luiza Erundina confirmamos nossa pré-candidatura à Prefeitura de SP em um lugar símbolo entre dois mundos. pic.twitter.com/4yDkFBkk80
— Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) September 5, 2020
Boulos disse acreditar “que a especulação imobiliária vinda do Morumbi ameaça a moradia dos habitantes do Morro da Lua”. Contudo, lideranças locais vêm trabalhando para a regularização dos terrenos da área, que hoje já possuem tratamento de água e asfalto.