Nível de abstenção no 2º turno é de 29,47%, o maior da história, revela TSE
No primeiro turno, percentual foi de 23,14%. Expectativa era de abstenção elevada em decorrência da pandemia do novo coronavírus
atualizado
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, informou na noite deste domingo (29/11) que 29,47% do eleitorado brasileiro se absteve do segundo turno das eleições municipais deste ano. No primeiro turno, o percentual foi de 23,14%.
Nas eleições municipais de 2016, a abstenção no segundo turno foi de 21,6%. Em 2012, de 19,11%. Nas eleições presidenciais de 2018, a abstenção no primeiro turno ficou em 21,30%.
“O índice de abstenção no segundo turno – que tradicionalmente é superior ao do primeiro – foi de 29,47% com os números que tínhamos até agora faltando [a conclusão da apuração no] estado do Acre. É um numero maior do que desejaríamos, mas é preciso ter em linha de conta que realizamos eleições em meio à pandemia que já consumiu 170 mil vidas, e as pessoas com temor, muitas por estarem com a doença, muito por estarem com medo”, disse Barroso.
Candidatos e eleitores no 2º turno
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o número de candidatos, entre prefeitos e vice-prefeitos, no segundo turno, foi de 114.
No total, o pleito deste ano teve 557.394 candidatos – número recorde–, dos quais 96,65% foram declarados aptos.
Do outro lado, de acordo com o TSE, 38 milhões de eleitores estiveram aptos a participar do segundo turno neste domingo.
Problema em um supercomputador
No primeiro turno, realizado em 15 de novembro, a falha em um supercomputador do TSE provocou lentidão na totalização e na divulgação dos votos.
De acordo com o presidente da Justiça Eleitoral, Luís Roberto Barroso, a máquina não passou por todos os testes de desempenho necessários em razão da pandemia do coronavírus.
Na semana passada, conforme revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, relatórios internos do TSE apontam que a Corte foi alertada sobre possíveis problemas no sistema de tecnologia da informação e para a falta de testes no sistema de totalização dos votos.
Dez problemas no desenvolvimento e manutenção de softwares da Justiça Eleitoral foram listados por uma auditoria da Secretaria de Controle Interno do tribunal.
A comissão do TSE responsável por analisar o processo eletrônico do pleito recomendou uma testagem do sistema de totalização de votos, mas a sugestão não foi acatada.
Pandemia e locais sem votação
Previstas para serem realizadas em outubro, as eleições deste ano foram adiadas para novembro em razão da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Pela mudança, o primeiro turno foi marcado para 15 de novembro, e o segundo, para este domingo (29/11).
Também por conta da pandemia, o Tribunal Superior Eleitoral ampliou em uma hora a votação deste domingo: das 7h às 17h, sendo o período entre as 7h e as 10h preferencial para eleitores com mais de 60 anos.
Além disso, alguns locais não realizaram eleições. É o caso do Distrito Federal e do arquipélago de Fernando de Noronha. Não há prefeitura ou câmara municipal nos locais.
Em Macapá, capital do estado do Amapá, também não houve votação neste domingo. O pleito na capital foi adiado em decorrência de um apagão provocado por um incêndio em uma subestação na Zona Norte do estado.
O adiamento foi determinado pelo TSE, após um pedido do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá. As novas datas para a realização do pleito na capital ainda serão definidas. O prazo limite é 27 de dezembro.