“Não sou político de uma proposta só”, diz Fidelix, candidato do “aerotrem”
Líder do PRTB, que ficou de fora das últimas eleições presidenciais para apoiar Bolsonaro, concorre à prefeitura com apoio do vice Mourão
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O presidente do PRTB e candidato à Prefeitura de São Paulo, Levy Fidelix, conhecido pela proposta de implantar um aerotrem na cidade, defende investimentos em tecnologia no ensino público e a criação de uma espécie de SUS paulistano. “Não sou político com uma proposta só, como alguns tentam nos denominar”, declarou ele, que desistiu de participar das últimas eleições presidenciais, após três candidaturas (1994, 2010 e 2014), para apoiar Jair Bolsonaro (sem partido). Com 1% das intenções de voto na disputa municipal deste ano, Fidelix conta com o apoio do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, seu colega na sigla nanica.
“Temos bandeiras, em especial, para reabrir a nossa economia, hoje fechada”, afirmou Fidelix em entrevista ao Metrópoles. “São Paulo não pode parar”, acrescentou. O candidato criticou as ações da gestão atual na prefeitura, do Bruno Covas (PSDB), em relação à pandemia do novo coronavírus. “O comércio deveria estar aberto de manhã, à tarde e à noite, para evitar o desemprego. A indústria também, com 33%`da operação de manhã, 33% à tarde e 33% à noite. Ou 50% à tarde e 50% à noite. Devíamos ter uma estratégia”, disse ele.
Do plano de governo do candidato, constam a criação de um sistema municipal de saúde e investimentos em educação, com a instalação de equipamentos digitais nas salas de aula e convênios da rede pública com o ensino privado. “Todos os municípies residentes terão um plano de saúde coletivo, acessado com o SUS, e um cartão com o qual apresentarão seu DNA, tipo sanguíneo, residência, o prontuário completo”, prometeu Fidelix. “A pessoa já sai da consulta com a resolução completa, vai pra casa ou pro hospital. Isso tudo vai abreviar muito os atendimentos na saúde”, detalhou.
“Na educação, vamos propôr a implantação da escola digital. No lugar do quadro de giz, os professores serão treinados para instruir os alunos digitalmente — cada sala de aula, totalmente informatizada, terá o custo de R$ 40 mil. Já fizemos o cálculo. Nós temos, hoje, um milhão de alunos. Numa época de pandemia como essa, alunos doentes não estariam fora da escola. A escola terá uma antena que permitirá um acesso num raio de até 20 km e educadores voltados para atender os alunos em necessidades especiais. Também vamos fazer convênios com escolas privadas para colocar alunos da rede pública lá”, disse.
Mobilidade
Fidelix é conhecido pela proposta de implantar um aerotrem em São Paulo e boa parte do seu plano de governo está voltada para a questão da mobilidade urbana, com destaque ao antigo projeto, que nunca saiu do papel. “São 25 quilômetros do parque do Tietê, na divisa de São Paulo com Guarulhos, até a represa Billings. Essa obra seria integralmente privatizada”, lembrou, ressaltando que, paralelamente à obra, seria criado um parque linear com espaços para “pancadões”, campos de futebol e até piscinas. “Não temos uma estimativa para o aerotrem, como já temos na Vila Prudente”, apontou Fidelix, referindo-se ao monotrilho da Estação Lilás do Metrô, com 2,9 quilômetros.
“É a mesma obra que estão fazendo entre Congonhas e o Morumbi. Nós teremos mais rapidez e flexibilidade na construção. São US$ 20 milhões por quilômetro. O custo está muito elevado”, comparou, em relação à outra linha de transporte, ainda em fase de obras, na zona sul da cidade. O candidato explica que o projeto é destinado à iniciativa privada, com concessão de 35 anos. “Meu governo é um governo que pretende dar apoio social, porém, o máximo que houver de parceria privada, eu farei”, declarou. “No futuro, vamos interligar as estações de metrô com o aerotrem, norte, sul, leste e oeste”, projetou.
Com agenda para encontrar Mourão neste sábado, com quem vai gravar a segunda fase da sua campanha televisiva, Fidelix disse que o PRTB teria, hoje, 550 vereadores eleitos no Brasil. “Queremos eleger entre mil e 1,5 mil”, revelou, em relação às atuais Eleições. “Dos atuais 36 prefeitos e 86 vice-prefeitos, pretendemos chegar a mais de 200”, calculou.