Na Santa Cecília, Boulos debate Minhocão, ganha planta e disco do Belchior
Candidato ativista do PSol à Prefeitura de São Paulo começou pelo centro uma caravana em busca de vaga no segundo turno
atualizado
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São Paulo – O candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, realizou caravana pelo centro da cidade nesta terça-feira (03/11). A viagem iniciou no Brás, passou por Santa Cecília e encerrou no Bixiga. O ativista sem-teto tem como missão se descolar de Márcio França (PSB) e ultrapassar Celso Russomanno (Republicanos).
No Largo da Concórdia, no bairro do Brás, Boulos contou com a companhia de sua candidata a vice, a deputada federal Luiza Erundina (PSol-SP), protegida de aglomerações em seu Erundinamovel.
Maior centro de compras da capital, o candidato conseguiu encaixar uma reunião com lojistas locais. O psolista repetiu propostas — isenção de IPTU, segurança comunitária, integração de comerciantes nas decisões da Prefeitura— que já havia apresentado em reunião com a Associação Comercial e disse que pretende fazer do Brás, “junto com a 25 de março, a maior zona de comércio popular do planeta”.
Na Santa Cecília, o ativista dos sem-teto motivou a militância dando ares nacional para a campanha. “O começo do fim do bolsonarismo será com a nossa vitória em São Paulo”, afirmou Guilherme Boulos.
O bairro Santa Cecília é conhecido por sua população jovem, com tendência à esquerda e que habita apartamentos de assoalho de taco, com plantas e discos de música popular brasileira.
De modo que foi com humor que o candidato ganhou de apoiadores locais uma samambaia e um vinil do cantor Belchior, antes de jantar um parmigiana em uma tradicional lanchonete do bairro.
Destino do Minhocão
Além dos rótulos, o bairro também é conhecido por estar dividido em relação ao destino do Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, que recentemente foi transformado pela população em opção de lazer aos fins de semana. Parte dos moradores quer ver a obra virar pó, parte quer ver virar parque.
Guilherme Boulos defende uma ampla consulta com os moradores do entorno para tomar uma decisão. As discussões se arrastam desde 2016. Outros candidatos que se manifestaram em seus programas de governo sobre o tema são o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) e Márcio França (PSB).
Covas quer transformar a via em parque e em 2019 chegou a encomendar projeto ao arquiteto curitibano e político Jaime Lerner, lançando mão de uma ideia que já era de Fernando Haddad (PT).
Márcio França promete derrubar a obra, que considera um “trambolho” e pretende “enterrar o minhocão” construindo um túnel no mesmo local, o que custaria, segundo o candidato, R$ 3,5 bilhões. O candidato não especificou como o túnel seria feito em harmonia com a linha do metrô, que fica no mesmo local.
A equipe do candidato Celso Russomanno (Republicanos) não atendeu a reportagem.