Justiça suspende conta de youtuber usado por Russomanno contra Boulos
Influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio acusa Boulos de usar empresas fantasmas, mas juiz vê informações falsas
atualizado
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São Paulo – A Justiça Eleitoral paulista determinou que o YouTube tire do ar a conta do influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio na plataforma. O juiz Emílio Migliano Neto avaliou que Eustáquio zombou da Justiça ao seguir usando as redes para propagar informações contidas em um vídeo que já havia sido retirado do site por determinação judicial.
Trata-se de uma denúncia contra o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol), que tem sido explorada pelo também candidato Celso Russomanno (Republicanos).
Eustáquio acusa Boulos de usar empresas fantasmas na campanha porque não há ninguém trabalhando nos endereços registrados por duas prestadoras de serviços do PSol. A campanha de Boulos explicou que as empresas estão regulares e migraram para o trabalho remoto na pandemia.
A decisão é uma resposta à reclamação da campanha de Boulos, que acusa Eustáquio e Russomanno de propagar notícias falsas. O youtuber responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a promoção de atos antidemocráticos em Brasília e chegou a ser preso.
O juiz entendeu que Eustáquio continuou publicando vídeos “em evidente demonstração de afronta ao Poder Judiciário” e disse que “esses vídeos são publicações, no canal do representado no YouTube [Eustáquio], de exibições que foram feitas na Rede Brasil de Televisão, sendo que Celso Russomanno, candidato a prefeito da cidade de São Paulo, é um dos sócios da referida rede de televisão”, escreveu ainda Migliano Neto.
Em postagens no Twitter neste domingo (15/11), Oswaldo Eustáquio disse que é vítima de censura. “O desespero do Mecanismo em colocar o invasor de terras no segundo turno é iminente. TRE-SP acaba de rasgar a Constituição em censura prévia”, escreveu ele em nota assinada por sua assessoria de comunicação.
Histórico do processo
Na primeira vitória da candidatura de Guilherme Boulos, a Justiça Eleitoral determinou na noite de quarta-feira (11/11) que o Google retirasse dos servidores um vídeo usado por Russomanno para atacar o psolista.
Para o juiz Emílio Migliano Neto, do Tribunal Regional Eleitoral do Estado, o material usado por Russomanno para atacar o adversário usou uma acusação que “não encontra lastro nem sequer indícios” e que pode “sem temor” ser chamado de “sabidamente inverídico”.