França promete R$ 2,5 bi do orçamento para o pós-Covid: “É uma guerra”
Fundo seria criado com demissões e precatórios na prefeitura; candidato prevê linhas de crédito para comerciantes
atualizado
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São Paulo – O candidato à Prefeitura de São Paulo Márcio França (PSB) prometeu uma fatia de R$ 2,5 bilhões do orçamento público, caso seja eleito, para lidar com os problemas gerados pela pandemia do novo coronavírus.
“O que vai acontecer em janeiro?”, questionou o ex-governador em reunião com representantes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta sexta-feira (23/10). “Claro que vai ter tumulto. O pós-Covid é uma guerra”, afirmou.
França prometeu demitir “99%” dos sete mil funcionários comissionados, que ganham cerca de R$ 10 mil cada, além de resgatar R$ 1 bilhão em saldos antigos da prefeitura para garantir o orçamento. “É isso que a gente preparou, uma grande precaução”, disse.
O pacote pós-Covid incluiria novas linhas de crédito para 25 mil comerciantes, como “gesto solidário da prefeitura”, entre outras medidas para estimular a economia. “Tem área, por exemplo, garçom, que causa muita preocupação”, acrescentou França.
O candidato também propôs o funcionamento de escolas e unidades de saúde nos fins de semana e feriados para compensar as perdas do ano letivo. “É mentira que está havendo aula remota para criança pobre”, afirmou.
França citou o Plano Marshall — os R$ 14 bilhoes que os Estados Unidos aplicaram no pós-guerra — para se referir ao plano do partido para São Paulo.
“Perto do que os EUA puseram na Segunda Guerra, US$ 14 bi, o que estamos propondo é pouco”, declarou França. “A Prefeitura tem 27 mil contratos em funcionamento, dos quais 98% sao feitos pelas mesmas empresas há pelo menos 20 anos”, criticou, sobre outros possíveis cortes no orçamento público.
O candidato aproveitou a ocasião para constatar o aumento de moradias irregulares na cidade, inclusive na frente da prefeitura, onde comentou haver pelo menos 60 barracas de acampamento, habitadas por moradores de rua. Também disse que é preciso ficar atento à questão da segurança pública.