Erundina diz que preconceitos prejudicaram gestão dela na prefeitura de SP
Caso eleito, Boulos terá a mesma desvantagem de vice quando foi prefeita: minoria na Câmara. Veterana acredita em mobilização popular
atualizado
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São Paulo – A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSol-SP), vice de Guilherme Boulos (PSol), minimizou a desvantagem do colega de chapa na Câmara de Vereadores de São Paulo. Caso sejam eleitos, Boulos e Erundina contarão, inicialmente, com o apoio de 14 entre 55 vereadores. Com esse número, não aprovariam nenhum projeto.
“O que dá mesmo sustentabilidade a um governo é o poder popular, que é a sociedade civil. Foi isso que deu sustentabilidade ao nosso governo”, declarou Erundina, na mesma abordagem que a de Guilherme Boulos sobre o assunto, e se referindo ao período em que foi prefeita da capital, entre 1989 e 1992.
Naquele momento, Erundina teve relação conturbada com a Câmara Municipal. Não conseguiu implantar a tarifa zero nos ônibus e a taxação progressiva do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O desgaste foi grande e a ex-prefeita terminou o mandato com menos de 30% de aprovação.
Além disso não conseguiu eleger seu candidato sucessor – Eduardo Suplicy (PT). Paulo Maluf ficou com o cargo.
Popularidade
A veterana diz que sua queda de popularidade ocorreu não pela qualidade da gestão, mas por preconceitos da época. Segundo Erundina, tais atitudes se originaram na imprensa e na elite paulistana.
“Havia preconceito por eu ser mulher solteira, nordestina, de origem humilde, que governava para os excluídos. Esse preconceito se traduziu por calúnias e mentiras”, declarou. Hoje, as propostas que Erundina não conseguiu implementar quando prefeita estão no plano de governo de Guilherme Boulos de alguma forma.
Embora Boulos diga que não vai aumentar impostos, seu programa prevê a correção do IPTU para grandes mansões. O ativista também pretende que desempregados, mães de crianças pequenas e estudantes circulem pela cidade sem pagar a tarifa de ônibus.