Em live, Bolsonaro pede que população não vote em partidos de esquerda
Ao pedir apoio a aliados nas eleições municipais, o presidente disse: “Não aceitaremos o comunismo e e socialismo em nosso país”
atualizado
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Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, em apoio a candidatos aliados, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu para que a população não vote em partidos de esquerda nas eleições municipais, cujo primeiro turno será no próximo domingo (15/11). Segundo o presidente, o comunismo” e o socialismo “não deram certo em lugar nenhum no mundo” e os partidos de esquerda querem acabar com as “liberdades”.
“Certos partidos com as cores vermelho, com uma estrela bonita e com a foice e o martelo. Esses partidos mudaram as cores de sua campanha. É uma maneira de tentar enganar você. Esses regimes comunista e socialista não deram certo em lugar nenhum no mundo”, disse o presidente. “Não aceitaremos o comunismo e e socialismo em nosso país”, completou.
Bolsonaro ressaltou ainda que muitos países da América Latina elegeram governos de esquerda nos últimos tempos e reclamou que o mapa da América do Sul vem sendo “pintado de vermelho”.
O presidente pediu ajuda para não se elejam partidos de esquerda para as prefeituras, como forma de conter “essa onda”. “Olha como está a Venezuela”, destacou o presidente.
Investigação
O presidente usou a live para pedir votos para seus aliados. Ele disse que usará todos os dias as transmissões ao vivo para fazer o seu próprio “horário eleitoral”. O presidente já vinha usando suas tradicionais lives de todas as quintas-feiras para pedir votos para aliados nos municípios e ainda gravou vídeos para alguns candidatos.
Essas participações em vídeo do presidente estão na mira do Ministério Público Federal (MPF), que abriu uma investigação para ver se houve, por parte do presidente, ilícitos eleitorais nessas transmissões.
O pedido de investigação partiu da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro, que solicitou apuração do Ministério Público do estado.
No ofício à Coordenação do CAO/Eleitoral, a procuradora regional Eleitoral Silvana Batini pediu que a eventual prática de ilícitos eleitorais seja analisada pelos promotores eleitorais atuantes no combate à propaganda irregular, conduta vedada e abuso no uso dos meios de comunicação social. O documento da PRE/RJ inclui ainda links de acesso ao vídeo objeto desse procedimento.