Eleito, Eduardo Paes precisou trocar partido e ajustar imagem
Político é descrito como habilidoso, bom de papo e com pouca ou nenhuma nitidez ideológica
atualizado
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O prefeito eleito do Rio consegue, no mesmo evento, comemorar o apoio do PSOL e lamentar a ausência de um vereador bolsonarista, como fez em reunião recente. Habilidoso, bom de papo e com pouca ou nenhuma nitidez ideológica, Eduardo Paes (DEM), em sua volta ao Palácio da Cidade, encarna o personagem aparentemente mais procurado em uma eleição marcada pelo pragmatismo dos eleitores: o político tradicional e gestor experiente.
O período de Paes à frente da prefeitura, entre 2009 e 2016, foi o auge de um Rio que parecia retomar espaço depois de décadas de crise. Ao lado do ex-governador Sérgio Cabral, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito simbolizou o período dos grandes eventos.
Quando foi eleito prefeito, em 2008, o bacharel em Direito Eduardo Paes tinha apenas 39 anos e cumprira dois mandatos como deputado federal. Antes, havia sido o vereador mais votado do Rio.
Em 2006, tentou trocar a Câmara dos Deputados pelo governo do Estado, mas obteve apenas 5% dos votos. Apoiou Cabral no segundo turno.
Virou secretário de Esportes e Turismo e se filiou ao então PMDB Pelo partido, seria eleito prefeito em 2008 e reeleito em 2012 – desta vez, no primeiro turno. Viu as coisas piorarem a partir de 2016, quando os escândalos de corrupção envolvendo Cabral vieram à tona.
Havia a expectativa de que o discurso que associa Paes a Cabral voltasse a ser forte neste ano. A possibilidade cresceu depois de que ele virou réu, dois meses antes da eleição, por suposto caixa 2 da Odebrecht na disputa de 2012. Não foi o que aconteceu