Eleições 2020: 32% dos prefeitos eleitos nas capitais são negros
No pleito de 2016, apenas quatro prefeitos negros venceram. Mesmo com o aumento em 2020, o número ainda é minoritário
atualizado
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Oito das 25 capitais do país que participaram das eleições em novembro serão comandadas por negros — 32% do total. Ou seja, o dobro da quantidade verificada no pleito de 2016, quando apenas quatro candidatos desse grupo étnico lograram êxito nas urnas. Nas Eleições 2020, 117 postulantes às prefeituras das capitais se declararam negros (pretos ou pardos).
Apesar de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) classificar a população negra como a junção de autodeclarados pardos e autodeclarados pretos, somente pardos foram eleitos, tanto em 2016 quanto em 2020.
Prefeitos autodeclarados pardos em 2020:
- Em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira Filho (PDT – SE)
- Em Boa Vista, o prefeito Arthur Henrique (MDB – RR)
- Em João Pessoa, o prefeito Cícero Lucena Filho (PRO – PB)
- Em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas (PSB – AL)
- Em Manaus, o prefeito David Almeida (Avante – AM)
- Em Rio Branco, o prefeito Tião Bocalom (PRO – AC)
- Em Teresina, o prefeito Dr. Pessoa (MDB – PI)
- Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM – BA)
Possíveis causas
Uma das possíveis causas para a baixa eletividade de negros em cargos políticos é o pouco recurso disponível para investir na disputa eleitoral. Mesmo após o TSE aprovar a reserva proporcional do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do tempo de propaganda na TV e no rádio para candidatos(as) negros(as), a regra não foi seguida no pleito de 2020.
Apesar da aprovação da ação de aplicação imediata, nem se os percentuais repassados a candidatos pretos (8%), pardos (28,6%), indígenas (0,2%) e amarelos (0,3%) fossem somados, o valor não seria proporcional ao que os postulantes brancos (62,7%) receberam. As informações são do portal 72 horas, que rastreia o repasse do Fundo Especial de Financiamento de Campanha das eleições municipais de 2020.