Covas sobre Bolsonaro: “Não sou biruta de aeroporto para mudar de opinião”
Prefeito e candidato à reeleição em São Paulo afirma não ter dúvidas que apoio de Celso Russomanno e Republicanos ajudará no segundo turno
atualizado
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São Paulo – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), negou nesta quarta-feira (18/11) que tenha mudado o seu posicionamento em relação às ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ganhar votos nas eleições.
Na terça-feira (17/11), o candidato recebeu o apoio do adversário do primeiro turno Celso Russomanno (Republicanos), apadrinhado por Bolsonaro na disputa, e seu partido. Nas redes sociais, também circula um post de Covas em uma selfie com João Doria (PSDB), o presidente da República e o general Luiz Ramos.
“Não sou biruta de aeroporto para mudar conforme a orientação de vento. Sou o mesmo Bruno fora da campanha, no primeiro turno, no segundo turno”, disse o prefeito à imprensa, após caminhada pelo comércio no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo.
Covas acrescentou que anulou o voto na eleição presidencial de 2018 por não enxergar “nenhum discurso que agregasse valores democráticos” na campanha de Bolsonaro.
Contra ações de Bolsonaro
O tucano também ressaltou que se posicionou em vários momentos contra ações de Bolsonaro, citando como exemplo a tentativa do governo federal de mudar os livros da história para que o governo militar não fosse mais vista como uma ditadura.
“Mantenho meu posicionamento contrário a vários posicionamentos dele, seja na área de direitos humanos, seja na área ambiental, seja área da cultura. Eu continuo o mesmo Bruno, sempre vou continuar e não vou mudar para ganhar eleição, para ganhar apoiador.”
O prefeito afirmou não ter dúvidas de que o apoio do Republicanos e de Russomanno, que teve 11% dos votos válidos no primeiro turno, ajudará na campanha. “Não há nenhum problema em agregar apoios neste segundo turno. Até porque estamos falando de apoio programáticos para a cidade. Volto a dizer: não mudo o meu posicionamento, não mudo o meu jeito de pensar”, reforçou.
Segundo o prefeito, o acordo foi costurado com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e não inclui nenhum tipo de contrapartida. “Conversei também com Russomanno, que aderiu sem nenhum tipo de contrapartida costurada, tipo secretaria ou coisa assim. Aderiram porque acham a nossa campanha com as melhores propostas no segundo turno”, afirmou.
Retratação com Boulos
O candidato também falou que não quer ver atitudes como a ex-deputado federal tucano Ricardo Tripoli na campanha eleitoral. Na terça-feira (17/11), o aliado do candidato à reeleição disse que o candidato Guilherme Boulos (PSol) “mata a mãe para ir ao baile de órfãos”.
Covas disse ter repreendido Tripoli pelas declarações feitas ao lado do prefeito em uma agenda de campanha.
“Falei que não era esse tipo de atitude que eu quero ver na campanha eleitoral. Vamos manter o mesmo bom nível do primeiro turno”, afirmou o candidato tucano, acrescentando que é possível fazer crítica e comparar currículos, sem ter de fazer esse tipo de alegoria.
O prefeito reforçou que pediu desculpas a Boulos e classificou o episódio como “lamentável”. “Pedi desculpas ao candidato. Não quero mais ver esse tipo de ação entre meus apoiadores”, afirmou.