Com 55,67% dos votos válidos, Dr. Furlan é eleito prefeito de Macapá
Pleito foi realizado na capital do Amapá neste domingo (20/12), após ser adiado devido ao apagão que durou mais de 20 dias no estado
atualizado
Compartilhar notícia
O médico cardiologista Dr. Furlan (Ciadadania) foi eleito neste domingo (20/12) prefeito de Macapá (AP), com 55,67% dos votos válidos (101.091 votos), derrotando o adversário Josiel Alcolumbre (DEM) – vencedor do 1º turno -, que obteve 44,33% (80.499 votos).
Segundo o TSE, 292,7 mil eleitores estavam aptos a votar no segundo turno da capital, que ocorreu das 7h às 17h.
O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 18h30, com 100% das urnas apuradas. Votos brancos somaram 3.884 (2,01%) e nulos foram 7.736 (4%).
Nas redes sociais, o médico comemorou a vitória:
O prefeitão tá on!
— DrFurlan (@dr_furlan) December 20, 2020
A vitória de Dr. Furlan, de virada – ficou em segundo lugar no primeiro turno -, ocorreu após uma crise energética atingir o estado por mais de 20 dias (leia mais abaixo). Por conta do apagão, as eleições na capital tiveram de ser adiadas.
No primeiro turno, Dr. Furlan recebeu 16,03% dos votos válidos. O percentual garantiu que o candidato ficasse à frente do ex-prefeito, ex-senador e ex-governador Capi (PSB), que conseguiu 14,94% dos votos do eleitorado da capital. Já Josiel obteve 29,47% dos votos válidos.
Apesar de ter Josiel liderado o pleito no primeiro turno, com 29,47%, o resultado já tinha sido visto com preocupação pelo governo federal, que queria evitar que os estragos provocados pelo apagão caíssem nas costas do irmão do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Antes do apagão, Josiel era visto como o favorito entre o eleitorado, mas o episódio atingiu duramente a campanha do político.
Durante a crise energética, Davi Alcolumbre chegou a dizer que o maior prejudicado pela falta de luz havia sido Josiel. O blecaute atingiu quase 90% da população do estado, que também ficou sem água potável e alimentos.
Causas do apagão
De acordo com um relatório do Corpo de Bombeiros divulgado no início da semana, a subestação de Macapá que pegou fogo e levou ao apagão de 22 dias em 13 dos 16 municípios do Amapá não tinha sistemas preventivos contra incêndio.
“Durante as conversações e coletas de dados para o preenchimento do relatório de ocorrência, questionamos sobre os sistemas preventivos daquela planta, bem como do plano de ação em caso de sinistro. Obtivemos a resposta que não possuíam”, diz o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), documento produzido pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
O documento afirma que não foram identificados “sistemas preventivos no entorno da região sinistrada”, salvo uma parede que separava o “transformador sinistrado dos demais e o deck que o cercava”.
Segundo o relatório, as estruturas no local do incêndio não eram suficientes para combatê-lo.
Contingência múltipla
A ONS também produziu um relatório preliminar sobre o apagão. O órgão é responsável pela coordenação e pelo controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados do país.
O documento foi formulado em 17 de novembro e descreve que o apagão iniciado às 20h48min do dia 3 de novembro foi resultado de uma “contingência múltipla”.
“O evento em pauta foi resultado de contingência múltipla (indisponibilidade do TR-2 e perda dos outros dois transformadores em um mesmo evento), e que a carga local já é suprida conforme critério estabelecido no planejamento da expansão (n-1) para todas as subestações do país”, descreve o documento.