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Candidatos somam R$ 331 milhões em autofinanciamento nas eleições 2020

Até às 12h desta sexta-feira (13/11), 135.238 postulantes haviam doado recursos à própria campanha, de milhões a centavos

atualizado

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Com nova regra de autofinanciamento nas eleições 2020, 135.238 candidatos somaram, juntos, R$ 331.802.377,62 em recursos por essa modalidade até as 12h de sexta-feira (13/11). O montante, todavia, pode ser maior, quando houver nova atualização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro turno das eleições ocorre neste domingo (15/11), a partir das 7h.

Este valor é 70% menor do que o R$ 1.130.428.036,86, registrado no pleito municipal de 2016. A redução drástica se deve à imposição de um teto ao que os candidatos podem doar para as próprias campanhas – 10%, no pleito deste ano. Há quatro anos, não havia limite definido.

Levantamento do Metrópoles, com base no repositório de dados do TSE, identificou 105 candidatos que se doaram R$ 100 mil ou mais; 6.038 autofinanciaram à própria campanha com R$ 10 mil ou não; 66.642 postulantes realizaram autodoação de R$ 1 mil ou mais; 12.648 doaram R$ 5 mil ou mais à própria campanha; 4.152 doaram menos de R$ 100 à própria campanha – em alguns casos, até centavos.

De acordo com a Lei 13.878/19, o valor doado pelo candidato à própria campanha não pode ultrapassar 10% do limite de gastos para o cargo disputado. O limite, no entanto, é determinado a cada eleição pelo TSE e varia de acordo com o cargo em disputa e a cidade.

O líder de autofinanciamento é Paulo Vieira da Silva, ou Paulo Perereca (PP-GO), candidato a vereador de Matrinchã, município goiano com 4.414 habitantes. Ele teria doado R$ 3 milhões à própria campanha, porém Silva só declarou R$ 51 mil em bens. A reportagem tentou contato com o candidato e com o TSE para saber sobre eventual erro na prestação de contas, mas não obteve resposta.

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O empresário Fernando Cazeca é candidato a prefeito de Belo Horizonte
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A lista segue com o empresário do ramo de consórcio de automóveis Fabiano Lopes Ferreira, conhecido como Fabiano Cazeca (Pros-MG), que disputa a Prefeitura de Belo Horizonte. A única receita disponível na prestação de contas de Cazeca é o valor de R$ 1,4 milhão autodoado. O candidato a vereador de Unaí Márcio Aparecido dos Santos (PCdoB-MG) doou à própria campanha R$ 995.550,00.

Já o médico João Guilherme (Novo), candidato a prefeito de Curitiba, tirou do bolso R$ 983 mil. A campanha de Guilherme explicou que o partido não utiliza recursos dos fundos eleitoral e partidário para a campanha e, por isso, o candidato já vem se preparando há um ano para o autofinanciamento. “É uma questão ideológica. Recursos públicos não devem ser usados para campanha eleitoral”, alega a equipe do candidato do Novo.

Em Manaus, o engenheiro e empresário Romero Reis (Novo-AM) destinou R$ 724 mil dos próprios recursos à própria campanha à prefeitura. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), candidato a prefeito de Goiânia, colocou na busca de votos R$ 640 mil do próprio bolso. Paulo Roberto Vieira Negrão, o Paulo Negrão (PTB-TO), candidato a vereador de Araguaína, doou-se R$ 506.500,00.

O prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD-MG), candidato à reeleição, desembolsou R$ 500 mil, enquanto o candidato à reeleição à Prefeitura de Contagem, Doutor Wellington (Republicanos-MG), se doou R$ 490 mil. Outro candidato à reeleição que destinou recursos à própria campanha foi o prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci (Cidadania-RJ), com R$ 311 mil.

Candidata a prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer (Cidadania-PR) investiu R$ 490 mil, e também figura na lista dos que mais doaram recursos à própria campanha.

“Efeito Doria”

O teto para o autofinanciamento visa evitar a vantagem dos candidatos muito ricos, ou como ficou conhecido à época o “efeito Doria”. O atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), destinou, quando foi eleito prefeito de São Paulo em 2016, R$ 4,4 milhões à própria campanha.

Levantamento do (M)dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, apontou que 16.572 candidatos a prefeito e vereador bancaram as campanhas com 100% de recursos próprios em 2016, o que não é mais permitido.

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