Câmaras municipais das capitais apresentam renovação média de 56,2%
Dos 794 vencedores em 15 de novembro, 447 são novos e 347 reeleitos. Média foi maior do que a renovação de 52,8% no pleito de 2016
atualizado
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As Câmaras Municipais de 25 capitais brasileiras apresentaram média de 56,2% de renovação na composição das Eleições de 2020. Dos 794 vereadores que venceram em 15 de novembro, 447 são novos e 347 reeleitos. Esta média foi maior do que a taxa de renovação no pleito de 2016, de 52,8%.
O levantamento do Metrópoles, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levou em consideração aqueles vereadores eleitos em 2016 e 2020, e não aqueles que possam ter assumidos posteriormente por terem ficado na suplência.
A Câmara Municipal de Vitória foi a que apresentou a maior renovação: 73% (11 novatos de 15 vagas), enquanto a do Rio de Janeiro, a menor: 37,2% (19 vereadores novos de 51 cadeiras).
Esse índice pode sofrer alteração, pois o TSE adiou o pleito de Macapá, capital do Amapá, para o próximo dia 6 de dezembro por conta do apagão.
De acordo com professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), José Mário Wanderley, a taxa de renovação foi mais alta do que o esperado.
“Isso foi contra o esperado e precisamos aguardar para entender os fatores. A taxa de renovação nas Câmaras Municipais não é tão alta quanto a do Congresso Nacional. E todas as projeções estavam ligadas à onda conservadora. A expectativa é que a maioria estabelecida na eleição anterior se mantivesse, e não foi bem assim”, analisou. “Se esperava que ocorresse uma conservação [reeleição de vereadores] maior.”
Maior renovação
Depois de Vitória, Palmas aparece na segunda colocação com renovação de 68,4% (13 novos entre 19) e Porto Velho completa o pódio com índice de 66,6% (14 novatos de 21). Dez capitais apresentam renovação de vereadores menor do que a média de 56,2% na composição da próxima legislatura. João Pessoa, 48,1% (13 de 27); Salvador, 44,1% (19 de 43); e Rio de Janeiro, 37,2% (19 de 51) estão no pé dessa lista.
Confira o levantamento completo:
Novos rostos nas câmaras
A renovação das câmaras municipais passou também por uma democratização maior no perfil dos eleitos. A quantidade de trans e travestis nos legislativos municipais passou de 8 em 2016 para 16 em 2020. Em São Paulo, cidade mais populosa do país, Erika Hilton foi a primeira trans eleita para a Câmara dos Vereadores ao ser a mulher mais votada no município nesta eleição.
Também cresceram as quantidades de negros e de mulheres eleitas. Em 2016, foram 7,8 mil vereadoras escolhidas nas urnas e, neste ano, 9,2 mil conquistaram uma vaga. Um crescimento de 17%. Já a quantidade de negros passou de 3,3 mil para 4,1 mil, um avanço de 24,3%.