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Boulos propõe aulas sobre racismo na formação de guardas civis de SP

Em dia de comoção, candidato do PSol à prefeitura de São Paulo listou em evento ações antirracistas de seu programa de governo

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1 de 1 a6b8e853-51c5-4f78-8f75-0ffd5cb2fd5b - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

São Paulo – A crítica ao racismo se tornou um dos principais assuntos da agenda de campanha do candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) nesta sexta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra. Sob a comoção das cenas em que João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, é assassinado por seguranças a serviço do Carrefour em Porto Alegre, na noite de quinta (19/11), o psolista aproveitou evento ao lado de lideranças de outros partidos para listar seus planos para combater o preconceito caso seja eleito.

“Nós vamos lutar para construir uma cidade onde ninguém seja morto porque é negro, porque é negra. Uma cidade onde todas as formas de amor sejam respeitadas. Uma cidade sem intolerância, sem racismo, sem machismo, semLGBTfobia. Uma cidade que enfrente a desigualdade de verdade”, discursou Boulos.

Questionado sobre as limitações que um prefeito pode ter, visto que não controla, por exemplo, as polícias civil e militar, Boulos argumentou que a mudança de “orientação política” tem influência na ação dos servidores e disse que a prefeitura tem meios de combater o racismo, inclusive instruindo a força de segurança, a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

“Nosso programa de governo, feito com ajuda de lideranças do movimento negro, prevê a recriação da Secretaria de Igualdade Racial em SP, com orçamento fortalecido. Prevê também que a Guarda Civil Metropolitana possa ser um exemplo de segurança cidadã e policiamento comunitário. Uma das propostas mais específicas é incluir na escola de formação do GCM aulas sobre racismo, para que os guardas municipais sejam estimulados a ter uma postura antirracista em suas abordagens, estimulados ao respeito aos direitos humanos”, prometeu Boulos.

“E estamos fazendo esse diálogo com os GCMs, com os profissionais. Muitos me disseram que se sentem mal quando lhes fazem perseguir trabalhador ou arrancar barraca de morador de rua. Então, minha crítica nunca é aos profissionais, mas às políticas”, completou.

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Guilherme Boulos (PSol)
Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB) durante coletiva de imprensa sobre as alianças partidárias
Jilmar Tatto e Guilherme Boulos
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Evento da campanha de Boulos

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Deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP)

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Jilmar Tatto (PT)

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O candidato do PSol propôs ainda a criação de uma “lista suja do racismo” para estimular a igualdade salarial. “Em média, no Brasil e em São Paulo, os negros recebem menos do que os brancos para fazer o mesmo trabalho. Isso é inaceitável”, avaliou.

“Com empresas que reproduzam práticas racistas na sua política salarial, a prefeitura vai atuar. Vai expor o nome na lista suja. E empresas que tiverem medidas afirmativas serão privilegiadas nos critérios de contratação pública”, afirmou ainda Boulos.

Veja imagens da agenda do psolista nesta sexta em São Paulo:

“Fere a nossa alma”, diz Orlando Silva

Presente no evento de apoio a Boulos em São Paulo, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), um dos candidatos derrotados a prefeito da capital, disse ao Metrópoles que as cenas do homicídio de João Alberto Freitas o deixaram perturbado.

“Esse fato em Porto Alegre fere a nossa alma, mas tem que servir de fator para estimular o combate ao racismo. Não há democracia com racismo. E nós temos que superar o racismo no Brasil com medidas práticas”, disse Orlando Silva.

“Quando teve a sensibilização do caso George Floyd, eu disse que todo dia morre um George Floyd na periferia de São Paulo e nas periferias do Brasil”, completou ele, que defendeu a punição de empresas onde ocorra o crime de racismo.

Silva defendeu ainda a necessidade de se aprovar um projeto de lei que vem tramitando no Congresso para definir a perda do alvará de funcionamento de empresas onde ocorra o crime de racismo.

“Repórteres dizem que defendo emprego e venho com uma proposta dura dessas, mas eu digo que duro é o racismo. Duro é ferir a alma das pessoas, assassinar as pessoas. Esse caso do Carrefour é o exemplo prático do que estou falando”, concluiu o ex-ministro.

Veja a entrevista do deputado federal Orlando Silva (PCdoB):

 

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