Após eleição, nove suplentes assumem vagas na Câmara dos Deputados
Ao menos cinco deles já foram deputados e voltarão à Casa. Três partidos de oposição ao governo Bolsonaro perderão um membro, cada
atualizado
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As eleições municipais 2020 vão promover mudanças na composição da Câmara dos Deputados. Com a vitória de 12 deputados federais nas urnas, no último domingo (29/11), ao menos nove suplentes devem assumir a partir de 1º de janeiro de 2021 e alterar a configuração das bancadas. No mínimo cinco suplentes já foram deputados federais e voltarão à Casa.
Com as alterações, três partidos de oposição ao governo Bolsonaro – PT, PSB e PDT – perderão um membro, cada, em suas respectivas bancadas. Dois partidos da base governista – PL e PSD – ganharão um integrante, cada. PSDB, idem. Não houve alteração no Senado.
A Câmara deve convocar oficialmente os suplentes, que terão 30 dias para manifestar seu interesse. Caso contrário, o segundo suplente pode assumir. Antes, os que seriam os novos deputados titulares precisam renunciar aos cargos.
Com a vitória de Edmilson Rodrigues (PSol-PA) na disputa pela prefeitura de Belém, quem assume é a vereadora eleita Vivi Reis (PSol-PA). A bancada do partido segue numericamente igual, porém aumenta a representatividade feminina.
Ao assumir a prefeitura de Recife, João Campos (PSB-PE) dará lugar a Milton Coelho (PSB-PE), que já foi vice-prefeito da capital pernambucana. O deputado JHC (PSB-AL), que se elegeu prefeito de Maceió, dará lugar ao ex-deputado federal Pedro Vilela (PSDB-AL), sobrinho do ex-senador Teotônio Vilela.
O ex-deputado federal Danilo Forte (PSDB-CE) volta à Câmara, após a eleição do deputado Roberto Pessoa (PSDB-CE) para prefeito de Maracanaú. Outro que retorna à Casa é Neucimar Fraga (PSD-ES), suplente de Sergio Vidigal (PDT-ES), eleito prefeito de Serra.
O filho do missionário RR Soares, Marcos Soares (DEM), que também já foi deputado federal, assumirá a vaga do deputado Juninho do Pneu (DEM-RJ), eleito vice-prefeito na chapa de Rogério Lisboa (PP-RJ), em Nova Iguaçu.
Com a eleição da deputada Margarida Salomão (PT-MG) a prefeita de Juiz de Fora, o ex-senador e ex-deputado federal Aelton Freitas (PL-MG) assumirá.
A vitória do deputado Alexandre Serfiotis (PSD) na corrida para a prefeitura de Porto Real porá a vaga nas mãos do deputado estadual Pedro Augusto (PSD). Assim como a eleição do deputado Eduardo Braide (Podemos) a prefeito de São Luís dará espaço a Josivaldo Melo (Podemos).
Há também o caso do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD-RJ), que venceu a eleição em Campos dos Goytacazes, sub judice. A situação segue indefinida aguardando a decisão da Justiça Eleitoral.
Sem mudança
Dois deputados federais que estavam afastados do mandato foram eleitos e, portanto, não haverá convocação de suplente.
Trata-se do deputado Deuzinho Filho (Republicanos-CE), que foi eleito vice-prefeito de Caucaia, no Ceará. Ele era suplente, assumiu o mandato de deputado em 2 de julho e afastou-se, em 30 de outubro, antes do primeiro turno das eleições.
E de Paulo Marinho Jr (PL-MA), que se elegeu vice-prefeito em Caxias, no Maranhão. Ele era suplente, assumiu o mandato duas vezes – entre 13 de fevereiro de 2020 e 11 de junho de 2020 e, depois, de 24 de junho a 26 de outubro, durante a campanha.
Coligações
Essa alteração nas bancadas ocorre porque até 2018 havia a possibilidade de coligação partidária nas eleições proporcionais – vereadores, deputados estaduais, distritais e federais.
Ou seja, partidos poderiam se juntar em alianças para disputar eleições proporcionais e, quando uma vaga abrisse, o Congresso convocaria o próximo candidato mais votado daquela aliança, independentemente do partido. Agora, cada sigla forma a própria chapa de candidatos a cargos proporcionais.