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Valéria Monteiro: “Bolsonaro se beneficia de um povo amargurado”

Primeira jornalista a apresentar o Jornal Nacional, ela aguarda o seu partido, o PMN, lançá-la como candidata ao Palácio do Planalto

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Valéria Monteiro
1 de 1 Valéria Monteiro - Foto: Daniel Ferreira / Metrópoles

Há mais de duas décadas longe dos holofotes da TV Globo, onde foi a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional, em 1992, Valéria Monteiro, 53 anos, não esconde que a sua vida está bem diferente hoje. A profissional independente que posou para um ensaio sensual da Playboy, em 1987, passa, agora, por um perrengue financeiro sem precedentes. É sustentada pela filha Vitória, fruto da relação com o ex-diretor da emissora da família Marinho, Paulo Ubiratan, morto em 1998 em decorrência de um infarto.

Mas é dessa situação que ela tira forças e determinação para tentar chegar ao seu objetivo: comandar o Palácio do Planalto. Porém, antes de se lançar à disputa pela preferência dos milhões de eleitores, ela precisa conquistar a confiança da legenda à qual se filiou em janeiro deste ano, o Partido da Mobilização Nacional (PMN).

Mesmo sem ainda ter sinal verde da sigla, Valéria Monteiro colocou o seu projeto eleitoral na estrada. Literalmente. Apoiada pela filha, ela vem percorrendo o país em seu próprio carro, um Kia 2011, para apresentar suas propostas.

A chefe da “Caravana da Coragem”, como batizou as suas viagens, não sabe como vai pagar a fatura do cartão de crédito neste mês. Entretanto, tem na ponta da língua o que acredita ser o seu diferencial: “Eu sou a anticandidata. Os políticos falam o que eles querem, prometem, uma mentira deslavada. Acham que podem repeti-las até que se tornem verdades. Só que as pessoas estão desacreditadas e eu não quero qualquer relação com essa postura”.

E embora não tenha sido alçada sequer à condição de candidata à Presidência da República, já mira a metralhadora giratória para um de seus adversários: “Bolsonaro se beneficia de um povo amargurado”.

Na sua passagem por Brasília, a jornalista postulante à política visitou o Metrópoles e falou sobre suas pretensões para as eleições de 2018.

Veja a entrevista na íntegra:

 

Sem Lula, Bolsonaro perde
Na avaliação de Valéria Monteiro, com a possível prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a polarização entre direita e esquerda se diluirá, uma vez que, segundo ela, muitos eleitores escolherão Jair Bolsonaro (PSL-RJ) como voto de protesto contra os governos de Lula, Dilma Rousseff (PT). Ela acusa o deputado federal de alimentar um “discurso simplório” e de se “beneficiar da descrença de um povo amargurado”. Confira:

 

Revolta a levou para política
Neófita no cenário eleitoral, Valéria Monteiro rebateu críticas sobre a falta de experiência em cargos eletivos: “Quem é que tem experiência? A gente vê aí Sarney, o Collor, o Temer, o Lula… todas eles são experientes. Eu, realmente, não tenho. Não tenho experiência em mentir para as pessoas, porque venho do jornalismo”, disparou.

Até então, testemunha dos acontecimentos políticos na atuação pelas redações por onde passou, Valéria Monteiro afirmou que a revolta com a crise atual do país a fez decidir mudar o lado da bancada. “Um dia eu achei que tinha de fazer alguma coisa, e representar a voz da indignação que eu vejo ao meu redor”, disse.


“Não serei vice”

Provocada sobre a possibilidade de seguir o caminho político como candidata à vice-presidente da República, numa eventual aliança do PMN, a jornalista é categórica: “Meu objetivo é criar um movimento real, liderar a voz de indignação. Não vejo nenhum outro candidato que não seja financiado pelo mercado financeiro que coloque a questão de maneira tão clara como eu”.

Apesar de reconhecer não ter poder no partido para negociar alianças, ela garante possuir carta na manga para se comunicar com o eleitor: “Não estou diferente de qualquer outra pessoa ou da maioria dos brasileiros preocupados em pagar as contas; em fazer com que o salário chegue até o 12º ou 16º dia do mês.”

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