Temer, Fux e Eunício defendem liberdade de imprensa contra fake news
“Prefiro pensar que devemos defender as instituições. As pessoas passam, as instituições é que devem ficar”, disse o presidente da República
atualizado
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O presidente Michel Temer (MDB) defendeu, nesta quarta-feira (20/6), a liberdade de imprensa como arma para combater a disseminação de notícias falsas. Ele também disse acreditar que o país está pronto para ter uma eleição segura e verdadeira.
Temer participou da abertura do seminário Impacto Social, Político e Econômico das Fake News, organizado pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), realizado em Brasília. Ao lado do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luiz Fux, o presidente ressaltou que “a imprensa livre e a democracia são irmãs siamesas”.
De olho nas próximas eleições e diante da disseminação das chamadas fake news, Temer acredita que o país está pronto para realizar um pleito de sucesso. “Com a devida independência dos Poderes e a união de todas as instituições democráticas, acredito que vamos ter uma eleição segura e verdadeira”.
Liberdade de expressão
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, também participou da abertura do evento. Ele afirmou que o Congresso Nacional não patrocinará qualquer tipo de “censura prévia” ou cerceamento da liberdade de expressão e opinião sob o pretexto de combate à disseminação de notícias falsas, as fake news, nas eleições de 2018.
O ministro Luiz Fux reforçou a defesa da imprensa, mas alertou para a importância da checagem dos dados e informações que circulam na internet. “Deve haver uma checagem profunda antes da disseminação de notícias. Eleições são o maior espetáculo da democracia”. Segundo ele, o TSE irá trabalhar para uma eleição “livre de suborno e livre da desinformação”.
Metrópoles
Após a abertura do evento, foi realizado o painel Dados pessoais e fake news: o impacto político, que teve a participação da editora-chefe do Metrópoles. Maria Eugênia defendeu a importância de se assegurar uma imprensa livre, principalmente no contexto das eleições, quando projetos de regulação de conteúdo jornalístico se multiplicam no Congresso Nacional para combater as chamadas notícias falsas.
A jornalista lembrou a origem da expressão fake news, utilizada por personalidades, autoridades e até mesmo instituições para desacreditar reportagens críticas feitas contra elas. “Não existem notícias falsas. A notícia está vinculada ao fato, ao acontecimento. Se ele não existiu, não há motivo para se falar em fake news. O que pode haver é informação falsa, mentirosa, desinformação”, destacou.
Segundo Maria Eugênia, há grande preocupação com o prejuízo que uma informação falsa pode causar, mas pouco se fala sobre o impacto negativo para a sociedade caso os veículos sejam calados, sob pretexto de fake news, e deixem de veicular matérias verdadeiras, importantes, capazes de desagradar a determinados políticos.
Na oportunidade, a jornalista foi questionada se a retirada do painel eletrônico do Metrópoles no Setor Bancário Sul, em ação do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), teria sido censura política.
“O painel tinha uma autorização da própria Agência de Fiscalização do Distrito Federal [Agefis] para funcionar, nosso investimento foi alto e operou por alguns meses. Curiosamente, após veicular notícias contrárias ao GDF [Governo do Distrito Federal], foi retirado. Agora, vamos aguardar uma decisão da Justiça. Nós acreditamos e esperamos que seja cumprida a lei”, afirmou.