Temer diz que Marcela não o quer na disputa eleitoral de 2018
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Michel Temer afirmou que mulher quer “paz e sossego”
atualizado
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Se depender da primeira-dama, o presidente Michel Temer (PMDB) não deverá se candidatar para uma reeleição ao Palácio do Planalto em 2018. O chefe do Executivo federal afirmou, nesta sexta-feira (22/12), em entrevista à Radio Bandeirantes, que Marcela Temer deseja “paz e sossego” para o próximo ano.
Segundo o presidente, a atuação pública ao longo das últimas décadas restringiu a liberdade e o convívio com a sua família. “Sempre tive uma vida necessariamente regrada, fiscalizada e cercada. Eu, agora, não posso ir a um shopping, a uma livraria, que são locais nos quais você precisa de tranquilidade e descontração.”“Ela quer sossego, quer paz. Eu tenho muita honra e muita alegria cívica de ser presidente da República. Se eu perguntar para ela, ela não vai querer. E eu mesmo sou candidato a fazer um bom governo, isso sim. Quero entregar o Brasil nos trilhos em 2019, para aquele que venha me suceder”, afirmou Temer.
Temer comentou que sua mulher e filhos não têm queixas em relação ao cargo de presidente da República, mas sim “às consequências do trabalho”.
O peemedebista foi alvo, em 2017, de duas denúncias enviadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em decorrência das delações de executivos do grupo J&F. Os dois processos, entretanto, foram arquivados pela Câmara dos Deputados.
“Enfrentei uma luta que não foi política, mas de natureza pessoal. E isso foi o que mais me agrediu”, comentou Temer. O presidente disse que os episódios envolvendo as revelações dos irmãos Joesley e Wesley Batista “angustiaram” a família. “Todos eles me deram muito amparo, muita força. Mas, na intimidade, seguramente sofreram muito”, completou.
Coligações e alianças
Questionado sobre as eleições de 2018, o presidente afirmou que ainda é “muito cedo” para desenhar um quadro de candidatos para o próximo ano. “Esse é um assunto para junho.”
Temer não confirmou nem mesmo uma aliança com o seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSD. “Claro que a figura dele é preciosa. Ele faz um trabalho excepcional no meu governo. Mas, até lá, eu não sei se o PMDB vai ter candidato próprio ou vai fazer coligação.”
Sobre possíveis alianças entre o PT e o PMDB em palanques estaduais, o presidente afirmou ser impossível definir o cenário hoje. “Tudo que se fala agora pode não valer em março ou em abril do próximo ano”, disse.