Tasso Jereissati será coordenador-geral da campanha de Alckmin
Tasso é senador do PSDB-CE e, em 2017, travou disputa com Aécio Neves (PSDB-MG)
atualizado
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O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, anunciou nesta terça-feira (20/3) que o coordenador-geral de sua campanha será o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O parlamentar cearense foi presidente interino do partido no ano passado e se notabilizou por liderar o grupo dos “cabeças pretas”.
Em 2017, Jereissati travou disputa pública com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tentava se manter no controle do partido mesmo após ser atingido por denúncias da delação da JBS. Jereissati e Aécio trocaram farpas pela imprensa e, desde então, deixaram de ser próximos.
“Como o Tasso não é candidato porque ele tem mais quatro anos de mandato [no Senado], Alckmin solicitou que ele fizesse essa mediação [na campanha]. Ele [Tasso] vai trabalhar em cima do programa de governo”, explicou o segundo-vice-presidente do PSDB, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP).
Tasso também causou polêmica no PSDB, no ano passado, quando colocou no ar, em cadeia de rádio e televisão, uma propaganda partidária tucana na qual o PSDB fazia uma espécie de mea-culpa por ter aderido ao “presidencialismo de cooptação” do governo Michel Temer. Na ocasião, o partido rachou e Tasso defendeu à imprensa que a sigla precisava se aproximar do “pulsar das ruas”. Questionado se esse pensamento seria priorizado também na campanha de Alckmin, Tripoli respondeu positivamente. “Eu acho que o caminho é por aí”, disse à reportagem.
Coincidentemente, o senador Aécio Neves foi uma das ausências na reunião da Executiva do PSDB realizada nesta terça-feira, na sede do PSDB em Brasília. A direção da legenda decidiu referendar, oficialmente, a pré-candidatura de Alckmin à Presidência. Isso porque o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desistiu das prévias partidárias após desentendimento interno.
Como ex-presidente do PSDB, Aécio Neves tem cadeira na Executiva Nacional do partido. Apesar disso, o senador mineiro não apareceu na coletiva de imprensa convocada para formalizar a pré-candidatura de Alckmin. No evento, a maioria dos membros da direção da sigla se posicionou atrás de Alckmin, como forma de demonstração de apoio.
Alckmin aproveitou a coletiva para falar de suas propostas econômicas. Ele voltou a defender uma reforma tributária. “O modelo tributário que temos permite sonegação enorme e é entrave ao crescimento econômico do Brasil. Tem um estudo que mostra: podemos ter ganho de 1% ou 2% do PIB só com a reforma tributária”, argumentou.
Ele evitou, no entanto, rivalizar com o PT. “Não somos candidatos contra o PT; somos candidatos para ser instrumentos de mudança para o povo brasileiro”, complementou.